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Ativistas alemães de extrema-direita preparam ações contra o “sionismo”

Manifestações não autorizadas estão previstas para o final da tarde desta terça-feira. A polícia deu a entender que irá dispersá-las, uma vez que são ilegais.
24 Novembro 2020, 17h30

A extrema-direita alemã está a regressar em força à atividade, tendo marcado para o final da tarde desta terça-feira uma série de ações – entre elas manifestações que não foram autorizadas pela polícia – contra o “sionismo”. A juntar aos slogans anti judaicos, e segundo avança a imprensa alemã, a extrema-direita prepara-se para acrescentar frases de apoio à Palestina – sendo certo que as reivindicações dos palestinianos estão nos antípodas das preocupações deste tipo de grupos.

O principal evento está programado para Brunswick, a 150 quilómetros de Berlim, mas as autoridades dizem que o comício não está autorizado e que será dispersado pela polícia. Os organizadores do comício pertencem ao grupo de extrema direita Die Rechte e anunciaram o evento nas redes sociais para as 19h33.

Na passada sexta-feira, alguém atirou uma laje de pedra contra uma janela do centro comunitário judaico em Essen, a 100 quilómetros de Brunswick, revelou o grupo de vigilância anti-racismo RIAS.

Em Wesel, cidade a noroeste de Essen, um grupo não identificado roubou uma grande placa de pedra do cemitério judeu local que exibia os nomes de centenas de judeus e outras vítimas do nazismo, informou a Rádio KW.

Os grupos de extrema-direita e neonazis (estes proibidos por lei) têm estado parados nos últimos meses, mas este regresso de ações concertadas está a deixar as autoridades preocupadas. O Estado tem vindo a observar cuidadosamente as atividades dos grupos de extrema-direita e alguns deles têm mesmo sido proibidos e as suas atividades suspensas.

Parte deles orbitam em torno do Alternativa para a Alemanha (AfD), o terceiro maior partido do bundestg, o parlamento alemão e líder da oposição à coligação entre a CDU e o SPD liderada por Angela Merkel.

As relações, principalmente locais, entre a CDU e a AfD têm sido uma das maiores preocupações de Merkel – que sabe que o seu partido está, a este propósito, dividido: enquanto a chanceler considera necessária uma cerca sanitária em volta da extrema-direita parlamentar, há vários dirigentes democratas-cristãos que acham natural a ligação política com a AfD.

Mas, aparentemente, enquanto for Angela Merkel a mandar na CDU, esse entendimento não se dará. De qualquer modo, os analistas tendem a considerar que a aproximação entre os conservadores tradicionais e a extrema-direita acabará por aconteceu.

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