Chefe das secretas demissionário deve manter-se no cargo até setembro

O secretário-geral do Sistema de Informações da República (SIRP), Júlio Pereira, que no início de maio apresentou ao primeiro-ministro, António Costa, um pedido de exoneração para poder concorrer ao Ministério Público (MP), ainda não tem substituto. O novo chefe dos espiões deve ser debatido no Parlamento depois do período de férias, em setembro.

Segundo avança o jornal ‘Diário de Notícias’, apenas os dois primeiros classificados na lista de candidatos às vagas reservadas para os magistrados do Ministério Público entram para o Supremo Tribunal de Justiça (STJ), o que deixa Júlio Pereira de fora. Fonte próxima de Júlio Pereira indica ao jornal que o secretário-geral do SIRP “não tinha a expectativa de entrar nesta primeira fase, pretendendo apenas integrar a lista que organiza a ordem de entrada dos magistrados no STJ até 2020”.

A notícia vem dar um lufada de ar fresco ao impasse na liderança das secretas, depois do anúncio da sua exoneração há três meses. Até agora ainda não há substituto para Júlio Pereira. José Júlio Pereira Gomes, indigitado substituto, foi obrigado a retirar-se, na sequência de revelações sobre o seu percurso profissional, obrigando o superespião a manter-se no cargo.

Com as férias parlamentares à porta, a eleição de um substituto para o mais alto cargo das secretas deve arrastar-se até setembro ou outubro, antes de ser debatida nas Comissões de Defesa e de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.

Júlio Pereira fica agora em lista de espera no Ministério Público até 2020, podendo vir a ocupar as vagas que forem deixadas pelos atuais magistrados que manifestem a intenção de sair. A mesma fonte próxima do superespião sublinha que “logo que seja substituído, é intenção” de Júlio Pereira voltar ao MP.