[weglot_switcher]

Cristas: “Má gestão e excesso de promessas do Governo levaram ao caos”

A líder dos democratas-cristãos, Assunção Cristas, vai apresentar ainda esta sexta-feira uma moção de censura ao Governo devido à degradação dos serviços públicos, sobretudo no setor da saúde.
15 Fevereiro 2019, 16h19

O CDS-PP defende que o Governo de António Costa já não “governa” e está “bloqueado e manietado”, criando “mais problemas do que soluções”. A líder dos democratas-cristãos, Assunção Cristas, vai apresentar ainda esta sexta-feira uma moção de censura ao Governo devido à degradação dos serviços públicos, sobretudo no setor da saúde.

“A má gestão, excesso de promessas e o sentimento de engano que se instalou, geraram o caos que vivemos neste momento com uma insatisfação social crescente e uma contestação que não para de crescer. O caso mais gritante do que se está a passar é a Saúde”, afirmou Assunção Cristas, em conferência de imprensa.

A presidente do CDS-PP indicou que, “apesar do esforço de todos os profissionais”, os serviços de saúde têm vindo a perder qualidade e a dívida a fornecedores e credores disparou quase mil milhões de euros em 3 anos, seguindo-se um “número assustador” de demissões de médicos e direções clínicas. Assunção Cristas disse ainda que, “por puro fanatismo ideológico”, o Governo quer acabar com a ADSE, o que “vai afetar dez milhões de portugueses que vão ter de recorrer a um SNS ainda mais pressionado”

“Enquanto tudo isto se sucede, assistimos a uma deriva ideológica de esquerda. Para o CDS a ideologia não pode estar acima da saúde dos portugueses, nem ser arma de negociação partidária”, considerou Assunção Cristas. “O Governo falha às pessoas: falha na dimensão social, falha no investimento, falha na economia e falha na soberania e segurança dos portugueses”.

Assunção Cristas acusou o Executivo de ter desperdiçado uma “oportunidade única para reformar”, que lhe foi dada no início da legislatura, para fazer “escolhas setoriais em vez de investir no interesse nacional”. “Permanentemente preocupado com a sobrevivência política da sua criação, o primeiro-ministro colocou o partido à frente do país”, sustentou a líder do CDS-PP.

“[O Governo] prometeu tudo a todos. Comprou a paz social enquanto existiu dinheiro. Mas não fez as reformas que eram necessárias, empurrando os problemas com a barriga, na esperança de que o tempo os resolvesse”, explicou Assunção Cristas. “O Governo está esgotado e o primeiro-ministro perdido. Um Governo que cria problemas, mas que é incapaz de encontrar soluções. O Governo já não governa e não pode deixar os portugueses à espera”.

Esta é a segunda vez que o CDS-PP, sob a liderança de Assunção Cristas, recorre a este mecanismo que pode provocar a queda do Governo. A primeira vez aconteceu em outubro de 2017, quando o CDS-PP defendeu que houve falhas do Estado na forma como lidou com a questão dos incêndios desse ano, que levaram à morte de pelo menos 116 pessoas.

A moção de censura surge um dia antes do início das convenções do PS e PSD, que acontecem ambas este sábado, o que vai obrigar os restantes países a redefinirem a sua estratégia política.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.