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EUA: Com algumas dezenas de milhares de boletins por processar, democratas vão preparando dupla vitória na Georgia

A maioria republicana deverá mesmo desaparecer no Senado, depois de ambos os senadores pela Georgia perderem o seu lugar para os candidatos democratas, cenário já confirmado no caso da corrida Loeffler-Warnock, mas ainda em aberto no caso de Perdue-Ossoff.
6 Janeiro 2021, 19h40

O Partido Democrata começa a preparar-se para assumir o controlo do Senado, depois de Raphael Warnock ter derrotado a senadora incumbente Kelly Loeffler e Jon Ossoff a manter a sua vantagem perto dos 17 mil votos, numa altura em que a maioria dos 60 mil boletins por processar deverão ser favoráveis aos candidatos democratas.

Chuck Schumer, o líder minoritário democrata na câmara alta do Congresso norte-americano, já reagiu, falando num “dia histórico”.

“Pela primeira vez em seis anos, os democratas terão uma maioria no Senado dos EUA, o que será muito bom para o povo americano”, sublinhou o senador de Nova Iorque numa declaração na manhã de quarta-feira. Schumer confirmou que uma das primeiras decisões da câmara será a aprovação dos cheques de 2.000 dólares (1.626 euros) ao povo americano.

Por volta das 16h30 de Lisboa, 11h30 na costa leste americana, Gabriel Sterling, o representante eleitoral máximo do Gabinete do Secretário de Estado da Georgia, indicou, em conferência de imprensa, que o grosso dos votos que faltavam ainda contar se situavam na área metropolitana de Atlanta, uma região fortemente democrata. De resto, a boa prestação de Joe Biden nesta zona urbana, que contabiliza mais de metade da população do estado, foi chave na eleição de novembro.

Ainda no mesmo contexto de conferência de imprensa, Sterling apontou a responsabilidade pelo fraco desempenho dos seus colegas republicanos nesta dupla eleição a Trump, questionando a estratégia de desacreditar o processo.

“Quando alguém diz que «o vosso voto não conta» e pega noutras pessoas que apelam a que não se vote, cria-se uma guerra civil dentro de um Partido Republicano que precisava de estar unido para ganhar uma luta dura como esta num estado que tem mostrado uma tendência diferente ao longo dos últimos anos”, argumentou um dos responsáveis pelo processo eleitoral georgiano.

Entretanto, Donald Trump usou a sua conta de Twitter para espalhar mais desinformação, alegando que haviam sido encontrados 50 mil boletins no final da noite de ontem. A rede social classificou imediatamente a afirmação como “disputada”, face à falta de provas neste sentido.

O ainda presidente também marcou para o dia em que o Congresso deverá certificar a eleição de novembro um discurso junto dos seus apoiantes que se concentram no exterior do Capitólio. Trump vai aproveitando a manifestação “Save America” (“Salvem a América”) para prosseguir com as suas alegações e teorias da conspiração, mantendo a postura de recusa em aceitar a vitória de Joe Biden.

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