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“Europa e América do Norte servem de barómetro da nossa capacidade competitiva”

O Portugal Exportador convidou os participantes a debater, e a profundar, as questões cruciais do universo da Inovação e do Ecossistema da Exportação.
16 Dezembro 2016, 10h05

Marta Mariz e Paulo Gil, responsáveis da área de Apoio à Internacionalização e Marketing de Empresas do Novo Banco, membros da equipa de trabalho da organização do Portugal Exportador, explicam porque teve a Inovação em grande destaque no evento e porque atraiu tanta atenção junto dos participantes.

Exportar significa inovar em que áreas?

Por um lado, exportar significa ser competitivo a nível internacional, e isso só se consegue estando atentos e na vanguarda da inovação em todas as áreas da empresa, por outro lado, ninguém inova hoje apenas para um mercado de 10 milhões de consumidores. Exportação e inovação andam de braços dados. O mundo digital veio apenas acelerar este binómio.

De nada nos serve ter um produto inovador se não o estamos a vender nos mercados certos, ou se não tivermos capacidade de resposta às solicitações ou, até, se não tivermos um serviço pós-venda eficiente, então não teremos sustentabilidade futura. Mais do que criar valor é capturar o valor criado que é fundamental. Assim, os empresários têm que inovar em todas as áreas da empresa, desde a inovação do produto, à otimização da produção, à utilização de novas ferramentas de vendas digitais, ou seja, inovar constantemente e transversalmente para que se instale na empresa uma cultura e mentalidade de competitividade.

Os empresários que estiveram no Portugal Exportador perceberam a importância de inovar nos produtos e nos processos para que o mercado externo seja uma opção?

Sem dúvida que sim pois este ano a afluência, nos workshops do Portugal Exportador dedicados à Inovação e ao Ecossistema da Exportação, bateu recordes de participação e de debate de ideias entre a assistência e os oradores especialistas nestas áreas. A assertividade nos debates e a troca de opiniões a que assistimos são prova de que a maioria dos empresários já estão a trabalhar nesta temática e aproveitaram o evento para consolidar ideias e estabelecer ligações com outros empresários no sentido de juntarem esforços e criar sinergias entre eles. E isso é gratificante e é a essência do Portugal Exportador.

O que tem feito o Novo Banco a nível de literacia financeira vocacionada para gestores e empresários que mantêm as opções convencionais?

Atendendo a que 70% da carteira de crédito do Novo Banco é dedicada às empresas, quer dizer que somos um banco de empresas. E para sermos o banco das PME em geral e das exportadoras em particular, tivemos que desenvolver equipas com competências únicas na banca nacional para que nos reconheçam como mais do que um simples prestador de serviços financeiros. Somos vistos pelos nossos clientes como parceiros de negócio, por um lado acompanhamos o ciclo da exportação, ou seja da produção ao recebimento, aconselhando a cada momento a estrutura ideal para a mitigação dos riscos internacionais, por outro lado realizamos junto dos colaboradores das empresas, dezenas de ações de formação sobre instrumentos de comércio internacional existentes. Por último referir que disponibilizamos aplicações, como o “NB Fine Trade”, que permitem aos nossos clientes identificar potenciais mercados de exportação dos seus produtos a nível mundial. É desta forma que temos ajudado muitas empresas a começar a exportar ou a diversificar os seus mercados destino das exportações.

Quais os mercados mais exigentes em termos de processos e de produtos inovadores?

Com a globalização e a competição com players mundiais, todos os mercados são desafiantes. No entanto, temos que reconhecer que os mercados maduros da Europa ou da América do Norte são os que servem de barómetro para aferir a nossa capacidade competitiva global. Estes são de facto os mais sofisticados e exigentes em que só conseguimos ser competitivos se tivermos elevados níveis de flexibilidade, resposta rápida, know-how e, claro, inovação.

 

 

 

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