A administração do Hospital Beatriz Ângelo (HBA), em Loures, admitiu hoje ter de enviar os doentes em tratamento de quimioterapia para outros hospitais devido à necessidade de libertar profissionais e espaços para reforçar os meios destinados à covid-19.
Esta unidade hospitalar da Grande Lisboa tem hoje 204 doentes covid internados, 19 dos quais em cuidados intensivos, correspondendo ao maior número desde o início da pandemia, o que obriga à transferência de doentes para outros hospitais.
“Neste momento está em análise a possibilidade de os doentes em quimioterapia poderem vir a fazer os seus tratamentos fora do HBA, com toda a segurança e sem qualquer perturbação para a continuidade desses tratamentos, de maneira a libertar mais alguns profissionais de saúde e espaços necessários ao reforço de meios destinados à covid-19”, refere o HBA.
Em comunicado, o hospital refere que todos os dias tem sido possível transferir alguns doentes covid-19 para hospitais públicos e privados, estando hoje previstas transferências para o Hospital dos Lusíadas (1), para o Hospital das Forças Armadas (ainda não definido o número) e para Portimão (5).
“Este apoio, articulado com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, tem sido essencial para o descongestionamento da Urgência, mas, perante o agravar da situação do HBA e de todos os hospitais da região, poderá vir a ser insuficiente”, sublinha.
Para aumentar a capacidade de internamento, esta unidade hospitalar tem adotado “diversas medidas que, principalmente, se destinam a libertar profissionais de saúde das suas atividades normais para poderem reforçar as equipas de urgência e das unidades de internamento”.
Neste momento, de acordo com o HBA, são já cinco as unidades de internamento (cada uma com 31 camas) destinadas a doentes covid, a que acrescem nove camas de Infecciologia (num total de 10) e 19 camas de Cuidados Intensivos.
“Cerca de 60% da capacidade de internamento do HBA está alocada ao tratamento de doentes com covid-19”, acrescenta.
Este hospital mantém algumas atividades cirúrgicas programadas para situações prioritárias e inadiáveis, bem como toda a atividade de cirurgia de urgência.
A cirurgia ambulatória tem sido realizada parcialmente fora do HBA e “assim continuará a ser até que se verifique uma melhoria acentuada do atual contexto”, de acordo com o hospital.
Refere ainda que a atividade de consultas e exames foi reduzida, “mantendo-se exclusivamente a absolutamente necessária e inadiável”.
No total, este hospital tem ainda mais 59 doentes a aguardar a confirmação de resultados de testes à Covid-19, correspondendo a 29 doentes internados em enfermaria, dois dos quais em pediatria, e 30 na Urgência.
O número total de camas das especialidades médico-cirúrgicas deste hospital é de 434, estando ocupadas 327 camas.
Portugal contabilizou hoje 152 mortes relacionadas com a covid-19 nas últimas 24 horas, e 10.385 novos casos de infeção com o novo coronavírus, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.022.740 mortos resultantes de mais de 94,4 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 8.861 pessoas dos 549.801 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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