A líder de Hong Kong, Carrie Lam, afirmou, quinta-feira, que a China “entende, respeita e apoia” a decisão de o governo remover formalmente projeto de extradição. Com a retirada total do texto, Lam espera que nos próximos dias as tensões nas ruas de Hong Kong arrefeçam.
Depois de 13 semanas de conflitos, Carrie Lam anunciou o cancelamento oficial da lei de extradição que estava suspensa desde junho. O objetivo desta decisão era no sentido de “zhibao zhiluan” -“acabar com a violência e o caos”. Porém, parece que não ter sido suficiente para erradicar os protestos na antiga colónia britânica.
Durante uma conferência de imprensa, citada pela Reuters, a líder da região foi questionada repetidamente sobre o porquê de ter demorado tanto a remover uma lei que era uma das principais razões pelos confrontos em Hong Kong. “Não é exatamente correto descrever isso como uma mudança de ideias”, respondeu, explicando que a decisão de anular a lei não dependia apenas da sua palavra.
“Durante todo o processo, o Governo Popular Central assumiu uma posição em que reconheceu a necessidade em fazê-lo. Eles respeitam a minha opinião e vão-me apoiar até ao fim”, sublinhou.
Para além da retirada da lei, Lam também anunciou outras medidas, como a abertura de uma plataforma de diálogo com a população da região para tentar resolver outros problemas económicos, sociais e políticos que estão profundamente enraizados, incluindo a questão da habitação e mobilidade para jovens, que são fortes contribuintes para o atual impasse.
Esta é a única cedência às cinco reivindicações do movimento pró-democracia por parte de Carrie Lam, que voltou a recusar a criação de uma comissão de inquérito independente e a amnistia aos manifestantes detidos.
No mesmo evento, Carrie Lam prometeu que o próximo passo seria recorrer a uma “severa aplicação da lei”.
“Para sair do impasse, a coisa mais importante agora é parar a violência e aplicar severamente a lei”, garantiu a líder do Governo. “Se ainda houver violência a ocorrer todos os dias, isso vai afetar a operação da cidade e a vida quotidiana das pessoas”, assegurou.
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