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Rota Histórica das Linhas de Torres Vedras candidata monumento a Património Mundial da UNESCO

O município, conhecido por ter o “Carnaval mais português de Portugal”, vai considera que este é um dos ativos da região, que deve ser reconhecido a nível mundial por ser “uma das mais impressionantes e eficazes obras defensivas de todos os tempos”.
19 Abril 2019, 11h38

A Câmara Municipal de Torres Vedras quer integrar as linhas de Torres Vedras na lista de Património Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). O município, conhecido por ter o “Carnaval mais português de Portugal”, vai considera que este é um dos ativos da região, que deve ser reconhecido a nível mundial por ser “uma das mais impressionantes e eficazes obras defensivas de todos os tempos”.

A decisão foi tomada por unanimidade esta terça-feira na reunião da Câmara de Torres Vedras e surge depois de o Conselho de Ministros ter classificado, em março, as linhas de Torres Vedras como Monumento Nacional. A autarquia de Torres Vedras vai propor agora à Rota Histórica das Linhas de Torres – Associação para o Desenvolvimento Turístico e Patrimonial das Linhas de Torres Vedras a elaboração da candidatura para que o momento possa ser reconhecido a nível mundial.

Este era um dos sonhos do autarca de Torres Vedras, Carlos Bernardes, que, pouco depois de ter visto as linhas de Torres Vedras serem reconhecidas como Monumento Nacional, afirmava que o maior desejo era de que as linhas que foram construídas para defender o país da terceira invasão Napoleónica fossem reconhecidas também a nível mundial.

Segundo a câmara este conjunto fortificado é “um dos grandes empreendimentos da nossa história contemporânea e uma das mais impressionantes e eficazes obras defensivas de todos os tempos”.

Uma cidade além do Carnaval

Ao Jornal Económico, Carlos Bernardes diz que, em Torres Vedras, “a diversidade é imensa”. “Das primeiras medidas que tomei, enquanto presidente da Câmara foi desenvolver um plano estratégico de desenvolvimento sustentável para o turismo. Foi um documento que teve como base um modelo participativo, onde os agentes do setor e os cidadãos tiveram a oportunidade de participar”.

O autarca conta que, face à diversidade da oferta que o território proporciona aos turistas, foram definidos eixos estratégicos: eixo do turismo-natureza, o da gastronomia e vinhos e do património cultural. “A ideia é sermos diferenciadores em cada uma delas”, afirma Carlos Bernardes.

Um dos maiores ativos da cidade é o Carnaval. “O Carnaval é o principal evento de Torres Vedras e também, ao dia de hoje, é um dos principais eventos que se realizam no nosso país. O Carnaval é a época baixa, no conceito de turismo, mas em Torres Vedras é época alta”, refere o presidente.

Um estudo do Instituto Politécnico de Leiria, realizado em 2015, mostra que o Carnaval tem um impacto de cerca de 9 milhões de euros a nível local de Torres Vedras, que vão “desde a venda de um simples botão até à construção do ‘monumento Carnaval’, que é a peça onde há mais investimento”. O autarca diz ainda que o Carnaval tem um forte impacto na área da restauração e alojamento, com praticamente todos os espaços de alojamento a esgotarem durante os dias de comemorações.

Mas Carlos Bernardes que a atração turística da cidade vai além do Carnaval. O ano passado, Torres Vedras, em conjunto com Alenquer, foi nomeada “cidade europeia do vinho”. O autarca diz que a distinção permitiu à cidade promover o seu território além-fronteiras e reforçar a aposta na enoturismo e na gastronomia.

“Tivemos a oportunidade de estar num conjunto significativo de eventos e iniciativas ao longo do ano que revelaram o potencial dos vinhos de Torres Vedras e Alenquer, onde a tradição e a contemporaneidade se fundem. Diria que foi o princípio de tudo. Estão reunidas todas as condições para Torres Vedras e Alenquer, às portas de Lisboa, se poderem afirmar numa área que é importante e que os nossos produtos já estão a sentir isso”, afirma.

Ao Carnaval e aos vinhos, soma-se o surf. “Torres Vedras tem vindo a afirmar um evento que é o Ocean Spirit, que tem como visão e matriz identitária a projeção das várias modalidades dos desportos de onda e que ao longo do tempo tem vindo a reforçar o posicionamento do nosso território, que tem 20 km de costa, 12 bandeiras azuis”, explica Carlos Bernardes, acrescentando que Torres Vedras é também reconhecida pelo galardão Green Destination e Quality Coast, que visam a promoção de destinos turísticos sustentáveis.

“As pessoas procuram cada vez mais a diferenciação, na qual Torres Vedras se destaca”, garante. Recentemente, a cidade foi distinguida como um dos 25 destinos mais atrativos do país.

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