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Livro: “Os Filhos da Madrugada”

“Os Filhos da Madrugada”, da jornalista Anabela Mota Ribeiro, começou por ser um programa de televisão. Do pequeno ecrã passou a livro e já vai no segundo volume, com entrevistas a gente diversas, cujas histórias nos mostram o país que somos.
20 Abril 2024, 12h22

 

Graças às comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, nos últimos tempos, e bem, o mundo editorial português tem feito sair uma grande quantidade de livros sobre o tema. Livros de História, memórias, biografias, livros para os mais jovens, bandas-desenhadas, etc… Os retratos e as visões são inúmeros, tais como os protagonistas.

E, por falar em visões, cada um de nós vê-se diariamente quando olha ao espelho. E o país? O que vê Portugal quando se olha ao espelho? Que país é este que, vivendo em democracia, garante aos seus cidadãos o privilégio de poder escolher o seu destino em liberdade?

“Os Filhos da Madrugada”, da jornalista Anabela Mota Ribeiro, começou por ser um programa de televisão – tendo agora tido início a terceira temporada, na RTP3, ao domingo.

Do pequeno ecrã passou a livro, estando já publicados dois volumes, na Temas e Debates, sendo o primeiro volume de 2021 e o segundo, de 2022, correspondendo à segunda temporada da série televisiva, assinalando – tal como o programa, aliás – o ano em que se contaram mais dias de democracia do que os dias de ditadura.

Trata-se de pessoas que nasceram já em liberdade, ainda que, pontualmente, também quem tenha vivido a ditadura. Nestas conversas, os entrevistados falam dos seus percursos, da compreensão política e social do país, comentam fotografias e contrastes com a vida dos pais e avós, material que fornece um retrato concreto, particular, quotidiano do Portugal que hoje somos.

Entre eles, encontramos uma enfermeira que passou anos sem ouvir o pai falar da guerra colonial, uma escritora negra, um professor catedrático cujo pai trabalhava na construção civil, quatro afrodescendentes, uma imigrante brasileira, duas emigrantes (em Paris e no Cairo), pessoas que estudaram e viveram no estrangeiro graças a programas como o Erasmus, e para quem a viagem foi possível porque o país se abriu à Europa, uma das mais benéficas consequências da Revolução dos Cravos.

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