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Lloyds corta em 220 mil libras a remuneração anual do CEO António Horta-Osório

Os bancos ingleses têm estado a ser alvo de críticas por causa da discrepância entre o plano complementar de pensões dos administradores executivos e os restantes colaboradores. A redução de pensões do CEO do Lloyds ocorre quando o banco oferece um aumento de 20 milhões de libras (23,4 milhões de euros) para o restante do pessoal.
  • Horta Osório
27 Novembro 2019, 18h16

O Financial Times avança que o Lloyds Bank decidiu cortar o plano complementar de pensões do seu CEO, António Horta-Osório, o que na prática se traduz num corte anual de 220 mil libras (257,5 mil euros) na sua remuneração.

António Horta-Osório, presidente executivo do Lloyds, recebe um subsídio de pensão no valor de 33% do seu salário, em comparação com uma contribuição média de 13% do salário para o restante dos 65.000 funcionários do banco, sinaliza o FT.

A redução de pensões do CEO ocorre quando o banco oferece um aumento de 20 milhões de libras (23,4 milhões de euros) para o restante do pessoal. Esta é a forma de o banco abordar as críticas à sua generosa política de pensões aos gestores executivos.

Segundo o FT, o Grupo Lloyds Bank que também detém os Halifax, Bank of Scotland e Scottish Widows, disse aos acionistas que planeia dar a todos os funcionários uma contribuição anual de pensões equivalente a 15% do salário-base do próximo ano.

O CEO recebeu um pagamento total de 6,3 milhões de libras em 2018. Para este ano, receberá 2,8 milhões de libras de base, além dos prémios. Horta-Osório foi um dos vários executivos do setor bancário que foram criticados por parlamentares e ativistas no início deste ano após a entrada em vigor das novas diretrizes de governance, que recomendam que os complementos de pensão dos executivos fossem alinhados com a maioria dos funcionários do banco.

Este mês, o Standard Chartered disse que reduziria pela metade as verbas concedidas ao CEO Bill Winters e ao administrador financeiro Andy Halford, meses depois dos investidores terem, numa conference-call, apelidado o seu salário de “imaturo e inútil”, diz o FT. O complemento de pensão de Horta-Osório já havia sido reduzido este ano em 46% do seu salário de 2018, o que o banco disse estar alinhado com as diretrizes que recomendam que os complementos salariais poderiam ser reduzidos gradualmente.

No entanto dos deputados da comissão de trabalho e pensões da Câmara dos Comuns acusaram o Lloyds de mostrar “ganância sem limites” ao se recusar a cortar os complementos salariais mais rapidamente, diz o FT.

O banco também cortou o valor que Horta-Osório recebia em substituição de uma antiga pensão que o banqueiro prescindiu quando ingressou no Lloyds, mas a mudança – que vale apenas 3.000 libras este ano – foi descrita como um “pedaço obsceno de simbolismo” por um membro do sindicato dos bancários.

Um porta-voz do Lloyds disse ao FT que “De acordo com a revisão regular de três anos da política de remuneração do grupo, o banco estava a consultar os acionistas sobre todos os elementos da política de remunerações, incluindo os subsídios de pensão. Como afirmado anteriormente, o grupo continuará a cumprir as diretrizes estabelecidas pela Associação de Investimentos e, uma vez aprovada pelo conselho, a nova política de remuneração proposta será apresentada aos acionistas para aprovação na Assembleia Geral de 2020 ”.

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