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Maioria dos milionários não tem plano de sucessão para fortuna

O banco suíço descobriu que apenas 42% das famílias milionárias tem uma estratégia definida e pronta a aplicar para garantir uma transição suave da riqueza para as futuras gerações.
4 Junho 2023, 20h00

As empresas familiares podem, na maioria das vezes, ser equiparadas à monarquia. Quando o pai morre, ou fica doente, é a vez do filho herdeiro assumir o negócio. Mas e quando as empresas familiares são também mega aglomerados internacionais?

Um estudo da UBS mostra que a maioria das empresas dos ultra-ricos não tem um plano de sucessão definido.

O banco suíço descobriu que apenas 42% das famílias milionárias tem uma estratégia definida e pronta a aplicar para garantir uma transição suave da riqueza para as futuras gerações. O estudo diz mais: 63% das empresas de investimento reconhecem que o seu principal objetivo é apoiar a transferência geracional de riqueza.

O estudo indica que os ricos têm dificuldade em gerir aquilo que apelidam de “problemas suaves”. Ou seja, embora seja um problema que pode afetar toda a empresa, os donos (progenitores) têm dificuldade em definir o que os herdeiros devem e não devem fazer com o dinheiro.

Ainda que as heranças gerem, por vezes, conflitos entre irmãos e restante família, os ricos devem fazer este exercício, de forma a perceber se os seus valores estão alinhados.

Um gestor de fortunas disse à UBS que é “muito difícil” discutir heranças, esperanças e sonhos entre famílias. “Há uns anos tivemos uma reunião com uma família, onde tentámos articular valores. O resultado foi algo que nos debatemos com a família. É muito difícil, especialmente para os profissionais de finanças que não estão habituados a lidar com problemas emocionais”.

Por exemplo, o fundador da Microsoft, Bill Gates, já admitiu que planeia abandonar a lista das fortunas aquando da sua morte, não deixando dinheiro aos seus filhos. O objetivo do empresário é doar toda a sua fortuna à fundação que detém com a ex-mulher.

No ano passado, foi precisamente esse o anúncio que colocou no Twitter. “Tenho a obrigação de devolver os meus recursos à sociedade de forma a que tenham o maior impacto em reduzir o sofrimento e melhore vidas”.

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