A ministra do Meio Ambiente do Brasil defendeu, em entrevista ao “Financial Times”, que o país deve considerar a possibilidade de limitar a produção e a exploração de petróleo.
“Uma questão que terá de ser enfrentada é a questão dos limites, um teto para a exploração de petróleo. É um debate que não é fácil, mas que os países produtores de petróleo terão de enfrentar”, disse Marina Silva, deixando pistas sobre o desafio que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta com com a proteção, por um lado, da Amazónia, e, por outro, enquanto tenta salvaguardar os benefícios económicos da exploração.
No ano passado, o Ministério da Energia brasileiro estabeleceu o objetivo de aumentar a produção de três milhões de barris por dia para 5,4 milhões até ao final da década.
“O Brasil é um produtor de petróleo. Este é um debate que terá de ser feito, mesmo no contexto de guerras. Estamos comprometidos com a meta de triplicar as energias renováveis. Mas tudo isso não pode ser feito se não discutirmos a questão dos limites da exploração”, explicou a ambientalista, cuja nomeação foi encarada como um símbolo do compromisso do Brasil com a proteção do ambiente.
Ao “Financial Times”, Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia do Brasil, rejeita qualquer “contradição” entre as metas de petróleo e gás do país e a aspiração a liderar a transição mundial para a energia verde, entendendo que as receitas do petróleo ajudariam a financiar esse caminho.
O foco de Marina Silva recai, sobretudo, na transição. “Não podemos desistir da transição energética. A segurança energética é necessária, mas também temos que pensar na transição. As duas coisas têm de acontecer”.
Em junho, o Brasil atingiu uma produção recorde de 4,32 milhões de barris de óleo e gás natural equivalente por dia, um aumento de 18% face ao mesmo mês de 2022 (3,66 milhões de barris por dia).
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