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Montepio lucra 13 milhões de euros no semestre

O rácio de capital de CET 1 beneficiou do aumento de capital de 250 milhões pedido pelo Banco de Portugal e da redução dos ativos ponderados pelo risco de 1.255 milhões de euros, fixando-se em 12,6%. Este rácio não incorpora o efeito estimado de 50 pontos base referente à adesão ao regime dos ativos por impostos diferidos.
  • Montepio
26 Julho 2017, 18h36

O Montepio Geral registou resultados líquidos positivos de 13 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, o que contrasta com prejuízos de 67,6 milhões de euros registados em igual período do ano passado.

Estes resultados incorporam os custos habituais do segundo trimestre de contribuição para o Fundo de Resolução e o Fundo de Garantia de Depósitos, o que soma ao todo 25,2 milhões de euros.

“Este é o segundo trimestre consecutivo com resultados positivos”, destaca ao Jornal Económico José Félix Morgado, presidente executivo da Caixa Económica. Para o banqueiro este resultado confirma a recuperação do banco.

A CEMG tem vindo a reforçar o enfoque na Economia Social, bem como, através de várias iniciativas, na área da responsabilidade social, contribuindo para que a quota de mercado nos depósitos totais deste segmento se situe acima de 14%, diz a instituição

O rácio de capital do banco, tema caro ao banco liderado por José Félix Morgado, beneficiou do aumento de capital de 250 milhões pedido pelo Banco de Portugal e da redução dos ativos ponderados pelo risco de 1.255 milhões de euros. O CET 1 fixou-se assim em 12,6% (phasing in). Este rácio não incorpora o efeito estimado de 50 pontos base referente à adesão ao regime dos ativos por impostos diferidos.

A margem financeira teve um crescimento anual de 28,3% e as comissões de 19,5%, o que levou a um aumento do produto bancário core de 25,7%.

“O produto bancário core de 198,5 milhões teve um aumento de 25,7%, com a margem financeira a subir 28,3% e as comissões a subirem 19,5%”, destaca o banco liderado por José Félix Morgado. Os resultados de operações financeiras ascenderam a 26,6 milhões de euros, uma subida de 13,8 milhões de euros, beneficiando da realização de mais-valias em títulos de dívida soberana.

Os custos operacionais caíram 9,6% para 137,2 milhões de euros, para o qual contribuiu a conclusão do processo de racionalização da plataforma operativa.

A melhoria da eficiência operacional, com o rácio Cost-to-Income a situar-se em 55,2%; a descida do custo do risco para 86 pontos base (0,86%), menos 33 pontos base face a Dezembro de 2016, mantendo a cobertura do crédito em risco de 118,4%, a refletir a maior prudência na política de concessão de crédito, traduzem essa nova trajectória do banco da Associação Mutualista Montepio Geral. Um banco mais rigoroso no controlo de custos, mas também mais rigor na gestão e controlo do risco, diz o CEO do banco.

O custo do risco era de 1,18% há um ano.  O custo do risco do crédito mede o rácio entre a imparidade do crédito, líquida de reversões do período (valor da Demonstração Resultados) e o saldo médio do crédito a clientes (bruto e média das últimas 13 observações mensais).

No final do 1º semestre de 2017, o crédito a clientes (bruto) totalizou 14.890 milhões de euros,
traduzindo um decréscimo de 2,9% face ao valor do período homólogo. Mas José Félix Morgado explica que houve uma alteração do modelo de negócio muito mais focado na economia social, nas empresas, nas PME, nos empresários em nome individual e nas famílias.

Recorde-se que recentemente a Moody´s disse que a qualidade da carteira de crédito do banco liderado por José Félix Morgado era um ponto muito fraco da instituição. Aliás a agência diz mesmo que só se resolve com spin-off dos ativos problemáticos ou com hair-cut do valor desses ativos. A agência de notação alertou, tendo por base os números de março, que se ao crédito malparado se juntar o imobiliário o rácio de activos problemáticos (NPA) do banco aumenta para quase 28%.

O banco ainda tem em balanço cerca de 1,4 mil milhões de euros de imóveis para vender (recebidos por incumprimento de créditos na sua maioria). No semestre venderam cerca de 100 milhões e isso foi mais 30% do que no ano passado.

O Montepio vem agora revelar que durante os primeiros seis meses de 2017, registou-se uma diminuição homóloga de 9,5% do número de novos créditos de retalho em incumprimento (NPL), traduzida numa variação negativa de 43,5% em termos de capital em dívida.

As imparidades para crédito somavam em junho 63,5 milhões de euros o que compara com 85,8 milhões, ao passo que as imparidades para outros ativos ficou em 25,6 milhões (33 milhões em junho de 2016).

A cobertura do crédito em risco por imparidades subiu para 53,1%, a qual se eleva a 118,4%
quando consideradas as garantias hipotecárias associadas.

A CEMG tem vindo a reforçar o enfoque na Economia Social, bem como, através de várias iniciativas, na área da responsabilidade social, contribuindo para que a quota de mercado nos depósitos totais deste segmento se situe acima de 14%.

José Félix Morgado disse ao Jornal Económico que os depósitos cresceram no segundo trimestre 36 milhões de euros.

“Uma situação de liquidez estável, consubstanciada em 129,5% do rácio LCR (Liquidity Covered Ratio), o máximo histórico desde a sua implementação, e 49,5 pontos base acima do requisito mínimo regulamentar de 80%”, são outros dos destaques da Caixa Económica.

Em Angola, os resultados líquidos do Finibanco subiram 19%, atingindo 7,4 milhões de euros no 1.º semestre de 2017, o que compara com 6,2 milhões de euros no 1º semestre de 2016. Em Moçambique, o BTM apresentou um resultado líquido marginalmente negativo, de 32 mil euros no semestre, que compara com um resultado líquido negativo de 61 mil euros no 1.º semestre de 2016. Em Cabo Verde, o Banco MG Cabo Verde apresentou um resultado líquido também negativo de 71,4 mil euros no primeiro semestre de 2017, que compara com um resultado líquido negativo de 40,8 mil euros no semestre homólogo, diz o Montepio.

O banco tem as participações no mercado africano contabilizadas em operações em descontinuação, por causa de estar em processo negocial no âmbito da criação da Arise em parceria com o Rabobank, o Norfund e o Banco de Fomento holandês, “quer no âmbito de outras alternativas que se venham a desenvolver”, diz o Montepio sem especificar.

(atualizada)

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