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Myanmar: Jornalista condenado a três anos de prisão por cobrir protestos

Min Nyo foi condenado por violar um artigo do código penal que pune com até três anos de prisão qualquer tentativa de “impedir, perturbar, prejudicar a motivação, disciplina, saúde e conduta de soldados e funcionários públicos” e “promover ódio, desobediência ou deslealdade par com os militares e Governo”.
  • EPA/STRINGER
13 Maio 2021, 08h45

Um jornalista birmanês foi condenado a três anos de prisão pela sua cobertura dos protestos na sequência do golpe de Estado em Myanmar (antiga Birmânia).

Min Nyo, de 51 anos, que trabalhava para a DVB (Voz Democrática da Birmânia), foi detido a 03 de março na região de Bago, uma das províncias com o maior número de vítimas da brutal repressão das forças de segurança.

O jornalista foi condenado na quarta-feira, disse o DVB numa declaração, acrescentando que o jornalista não teve acesso a um advogado durante o julgamento e que durante a sua detenção foi violentamente espancado pela polícia, deixando-o com ferimentos graves.

Min Nyo foi condenado por violar um artigo do código penal que pune com até três anos de prisão qualquer tentativa de “impedir, perturbar, prejudicar a motivação, disciplina, saúde e conduta de soldados e funcionários públicos” e “promover ódio, desobediência ou deslealdade par com os militares e Governo”.

Esta condenação é a primeira pena de prisão para uma jornalista desde o golpe de Estado de 01 de fevereiro, quando os militares tomaram o poder do Governo democrático de Aung San Suu Kyi.

A junta militar deteve mais de 40 jornalistas, emitiu mandados de captura para cerca de 20, retirou as licenças de dezenas de órgãos de comunicação social, incluindo o DVB, e continua a perseguir aqueles que noticiam manifestações contra o comando militar.

Um dos jornalistas que enfrenta um mandado de captura é Mratt Kyaw Thu, correspondente em Rangum da agência noticiosa espanhola Efe, que conseguiu deixar o país e pedir asilo na Alemanha.

A maioria dos jornalistas birmaneses vivem agora escondidos no interior do país ou foram para o estrangeiro, enquanto continuam a relatar diariamente a repressão das forças de segurança em Myanmar.

Pelo menos 785 pessoas foram mortas no país como resultado da resposta violenta das forças de segurança a manifestações pacíficas, de acordo com números da Associação para a Assistência aos Prisioneiros Políticos.

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