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Países da ASEAN reunidos para estudar acordo de livre comércio promovido por Pequim

Os líderes dos países da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), vão reunir-se para uma cimeira no fim de semana em Banguecoque, para estudarem um projeto de acordo de livre comércio promovido por Pequim.
  • Reuters
20 Junho 2019, 08h25

O encontro, que começa oficialmente hoje com os trabalhos preparatórios, vai acolher os ministros da economia da ASEAN que vão discutir no sábado o projeto denominado Parceria Económica Regional (RCEP), que junta dezasseis Estados na região da Ásia-Pacífico e que tem como objetivo fortalecer influência da China nesta região, numa altura de disputas comerciais entre Pequim e Washington.

Para além dos países membros da ASEAN (Malásia, Indonésia, Brunei, Vietname, Camboja, Laos, Myanmar, Singapura, Tailândia e Filipinas) e da China, o acordo inclui ainda a Índia, Japão, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia, que, juntos, representam aproximadamente 40% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e quase metade da população do planeta.

“O RCEP está a ganhar importância por causa da disputa comercial entre a China e os Estados Unidos”, disse o diplomata, da delegação filipina Junever Mahilum-West.

O diplomata adiantou ainda esperar que as negociações sejam concluídas até o final do ano, o mais tardar.

O Presidente chinês, Xi Jinping, ausente neste fim de semana, mas que deverá marcar presença na próxima cimeira da ASEAN agendada para novembro, quer estar na vanguarda das negociações do RCEP.

Este acordo ganha ainda mais importância juntos destes países, após a decisão do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter decidido afastar os EUA do Tratado de Associação Transpacífico (TPP), que foi negociado pela administração de Barack Obama e era considerado estratégico para aprofundar as relações com a região do sudeste asiático.

“A ASEAN é uma das maiores beneficiárias” deste conflito, disse, à AFP, Drew Thompson, investigador da Escola de Políticas Públicas Lee Kuan Yew, em Singapura,

As disputas no Mar da China Meridional, onde chineses e norte-americanos estão envolvidos numa luta de influência e a situação minoria muçulmana Rohingya na Birmânia (Mianmar), vítimas de uma campanha militar que as Nações Unidas apelidaram de “genocídio deliberado”, serão outros dos pontos em agenda na reunião.

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