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Polícia brasileira nega existência de investigação sobre jornalista Glenn Greenwald

A Polícia Federal do Brasil negou, na terça-feira, a existência de qualquer investigação criminal contra o jornalista norte-americano Glenn Greenwald, coautor de reportagens que colocaram em causa a imparcialidade da Operação Lava Jato.
  • Brasil
24 Julho 2019, 08h01

Greenwald, jornalista a quem o ex-analista norte-americano Edward Snowden revelou os programas de espionagem da Agência de Segurança Nacional norte-americana, é fundador e editor do portal de jornalismo de investigação The Intercept.

Recentemente, Greenwald e outros jornalistas têm vindo a revelar informações de um novo escândalo que ficou conhecido com “Vaza Jato”, que está a colocar em causa a imparcialidade da Lava Jato, maior operação contra a corrupção já realizada no Brasil.

Na terça-feira, o diretor-geral da Policia Federal brasileira, Maurício Valeixo, negou a existência de qualquer investigação criminal contra Greenwald, numa resposta enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), que analisa uma ação ajuizada pelo partido político Rede Sustentabilidade.

A Rede Sustentabilidade pediu ao STF que impedisse uma eventual investigação sobre a vida e os dados bancários de Greenwald, depois do portal O Antagonista ter divulgado informações, citando fonte anónima da Polícia Federal, sobre um inquérito sigiloso iniciado para investigar a vida do jornalista norte-americano.

As reportagens do The Intercept sobre a Lava Jato começaram em 09 de junho e desde então têm mobilizado a opinião pública no Brasil.

Baseadas em informações obtidas de fonte anónima, estas reportagens apontam que o ex-juiz e atual ministro da Justiça do país, Sérgio Moro, terá orientado os procuradores da Lava Jato, indicado linhas de investigação, cobrado manifestações públicas e adiantado decisões enquanto era juiz responsável por analisar os processos do caso em primeira instância.

Se confirmadas, as denúncias indicam uma atuação ilegal do antigo magistrado e dos procuradores brasileiros porque, segundo a legislação do país, os juízes devem manter a isenção e, portanto, estão proibidos de auxiliar as partes envolvidas nos processos.

Moro e os procuradores da Lava Jato, por seu turno, negam terem cometido irregularidades e fazem críticas às reportagens do The Intercept e seus parceiros (Folha de S. Paulo, revista Veja, El País e o jornalista Reinaldo Azevedo), afirmando que são sensacionalistas e usam conversas que podem ter sido adulteradas e foram obtidas através de crime cibernético.

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