Portugal vai ultrapassar os 240 casos por 100 mil habitantes “muito rapidamente”. O cenário foi traçado esta sexta-feira, 19 de novembro, na reunião do Infarmed, pelo epidemiologista Baltazar Nunes, do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA) que considera a linha dos 240 casos por 100 mil habitantes deve ser atingida em menos de duas semanas (e a dos 480 e 960 podem ser atingidas em um ou dois meses).
A Direção Geral de Saúde (DGS) revelou através de Pedro Pinto Leite, que o Algarve distingue-se das restantes regiões por o maior número de casos de encontrar nas faixas etárias dos 30, 50 e 60 anos. Pedro Pinto Leite confirmou que é nesta região em que “já poderá existir transmissão comunitária da AY4.2, mais prevalente no Reino Unido”.
Já a região Norte apresenta uma incidência abaixo da média nacional, com os grupos etários dos 0-9 e 20-29 a serem os mais afetados. Cerca de 70% dos casos identificados em surtos “estão ligados a escolas e universidades, algo que corrobora os termos das idade, seguido do contexto de empresa e laboral”.
No caso das infeções, estas cresceram 47% face ao período homólogo e consequente vaga da pandemia que Portugal ultrapassava em novembro de 2020.
Por sua vez, Henrique Barros, professor do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, considera que a situação epidemiológica em Portugal está muito melhor agora do que em 2020, relembrando que hoje “registam-se 12 mortes por milhão de habitantes, contra 90 em 2020”.
O docente destacou que “desde maio até agora a vacina e a adesão dos portugueses à vacina terá poupado à volta de 200 mil infeções, 135 mil internamentos em enfermaria e 55 mil em UCI”, poupando as vidas de 2.300 pessoas.
Henrique Barros sublinhou ainda o facto de que as pessoas com mais de 80 anos eram os grupos mais afetados pela infeção em 2020, mas que agora foram “completamente ultrapassados pelo grupo dos 5 aos 10 anos, onde ainda não usamos a vacinação”.
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