A eleição de Joe Biden como presidente dos EUA favorece ativos de risco, dada a maior probabilidade de um pacote de estímulos à economia americana sob uma presidência democrata, reporta a Ebury no seu relatório final do ato eleitoral de 3 de novembro.
A fintech destaca ainda a pouca crença numa campanha jurídica bem-sucedida por parte do ainda presidente Trump, especialmente depois da vitória decisiva de Biden na Pensilvânia, o estado apontado por grande parte dos analistas como crucial na determinação do vencedor. Este resultado coloca o presidente numa posição muito mais desfavorável do que Al Gore viveu na eleição de 2000, pelo que a perceção de risco dos mercados deverá ser reduzida.
Segundo o relatório da Ebury, os resultados preliminares de vários estados, que davam vantagens mais ou menos confortáveis a Trump na maioria dos casos, levaram a uma prestação forte do dólar no início da noite, mas que rapidamente se dissipou quando os investidores, apercebendo-se da trajetória de Biden que o colocava mais perto da vitória, começaram a abandonar a divisa em troca de ativos de risco.
Assim, moedas de maior risco como do dólar australiano ou o neozelandês tiveram ganhos consideráveis, enquanto que o franco suíço ou o iene, divisas mais estáveis, sofreram com a eleição. Além disso, a moeda de países como a China ou o México, que viviam tensões políticas e económicas com os EUA sob Trump, também beneficiaram da evolução da noite.
O relatório destaca ainda a importância das corridas ainda em aberto ao Senado pela Georgia, estado tradicionalmente conservador onde Biden levou os 16 delegados do Colégio Eleitoral e os democratas podem ainda ambicionar conquistar o Congresso.
Uma Câmara dos Representantes e Senado democratas seriam, juntamente com uma presidência de Biden, um caminho aberto para a aprovação de um pacote de estímulos mais substancial e uma política internacional mais expansiva e conciliadora, o que animaria o mercado pela procura de moedas de maior risco, como as provenientes de mercados emergentes.
Pelo contrário, uma vitória republicana fortaleceria o dólar, pela expetativa de maiores dificuldades políticas no Congresso, que ficaria dividido entre uma Câmara democrata e um Senado republicano. As probabilidades estão do lado republicano, dada a tendência histórica de maiores votações à direita nas segundas voltas e a possibilidade de muitos eleitores democratas nem votarem nesta corrida, porque já asseguraram Joe Biden na presidência.
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