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Quando o telefone toca: Irão e Turquia estreitam relações

É cada vez mais clara a aposta do presidente Erdogan em tornar o seu país num potentado regional. Teerão agradece, pelo menos para já, numa altura em que, apesar das promessas, está sem ‘amigos’ no Ocidente.
31 Outubro 2020, 13h00

Foi apenas um telefonema, mas pode ter mudado o curso de muitas estratégias regionais e modificado – mais adiante se verá quanto – os equilíbrios necessariamente instáveis entre as forças que atuam diretamente no Médio Oriente e no difícil mundo que o rodeia: na semana passada, o presidente turco Recep Erdogan falou ao telefone com o seu homólogo iraniano, Hassan Rouhani. Assediado pelos Estados Unidos, informalmente abandonado pelos autoproclamados parceiros europeus e mantendo um ódio latente ao secular inimigo saudita, o Irão pode ter encontrado na Turquia o compagnon de route que lhe proporcionará a permanência numa posição de relevo em termos de potência regional e uma possível alavancagem para a recuperação da sua depauperada economia.

Interferindo em vários cenários ao mesmo tempo – no Nagorno-Karabakh, na Síria, na Líbia e até mesmo na Venezuela, enquanto mantém relações tensas com a Arábia Saudita e muito pouco amistosas com Israel – a Turquia teve estas duas últimas semanas um ‘presente’ inesperado: o presidente francês, Emmanuel Macron, dizendo-se farto do contrapoder que Erdogan exerce em regiões onde os gauleses também querem ter uma palavra a dizer (Líbia, Médio Oriente e Mediterrâneo Oriental), decidiu promover um plano de combate interno àquilo que apelidou de fundamentalismo islâmico – bem patente nos últimos acontecimentos em França, para desgraça do professor Samuel Paty, morto por mostrar um cartoon de Maomé aos seus alunos.

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