Dizer que entramos pela Porta de Montalegre é uma força de expressão, quando diante de nós e a perder de vista, se estende este vasto território com mais de 70 mil hectares, bem no alto Noroeste de Portugal, a vincar a fronteira com terras castelhanas, por entre as Serras do Gerês, Amarela, Soajo e Peneda. É o único Parque Nacional, integra a Rede Mundial de Reservas da Biosfera da UNESCO e a 8 de maio viu passar cinco décadas de existência!
Rasgado pelos rios Minho, Lima, Homem e Cávado, esta região entre os planaltos da Mourela e de Castro Laboreiro foi calcorreada por homens e mulheres anónimos, hoje também por visitantes que não lhe resistem e voltam uma e outra vez, e ainda por aquele que já aqui foi invocado noutro reino também ele feito de montanhas e magia. “Oiço-vos por instinto, sussurrantes pinhais, mas pressinto que são poemas que me recitais”, musicou Miguel Torga no seu sexto diário, numa ode ao Parque Nacional Peneda-Gerês (PNPG), cujas terras percorreu durante mais de 40 anos.
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