[weglot_switcher]

S&P melhora classificação de risco do setor bancário português

Os bancos BCP, Santander Totta, BPI e Haitong foram alvo de análise pela S&P. “Em nossa opinião, o ambiente operacional do setor bancário português melhorou”, diz agência.
9 Outubro 2018, 18h23

Os bancos portugueses estão a fazer progressos na recuperação da rentabilidade, com resultados domésticos positivos após seis anos de resultados líquidos negativos. “Esperamos que esta tendência continue”, diz a S&P.

“A nossa visão melhorada do sector bancário português reflecte a nossa expectativa de que os bancos continuarão a registar bons progressos nos seus planos de reestruturação, nomeadamente reduzindo os seus elevados stocks de exposições improdutivas (NPEs) e melhorando a contribuição das suas operações domésticas para a rentabilidade global.

Nos últimos 18 meses os bancos começaram a gerar lucro líquido pela primeira vez em seis anos, especialmente a partir de atividades domésticas, graças a menores provisões de crédito, maior geração de receita e menores custos operacionais.  “Prevemos agora que o rácio de NPE para o sector bancário português irá diminuir para cerca de 12,5% no final de 2020, o que compara com cerca de 16% em
meados de 2018 (e 20% no final de 2016). Também esperamos que o custo do risco de crédito em 2018 seja de cerca de 130 bps, antes de cair para cerca de 80 bps em 2020″, disse a agência.

O elevado stock de NPE, embora diminuindo, continuará a pesar nos balanços dos bancos e na rentabilidade ainda por alguns anos, e provavelmente permanecerá maior do que a maioria dos bancos europeus, diz a S&P, isto porque Portugal tem um mercado secundário de NPEs menos desenvolvido e a capacidade dos seus bancos de absorver provisões mais elevadas para promover a redução de NPE ainda é modesta em comparação com alguns bancos mais fortes do Sul da Europa.

“Também vemos as perspectivas de rentabilidade dos bancos portugueses como menos favoráveis ​​do que outros bancos do sul da Europa. Os players portugueses têm uma base de receita menos diversificada e podem sofrer com o custo de financiamento dos pares europeus nos próximos anos, especialmente quando precisam substituir o financiamento do BCE e emitir instrumentos de MREL para atender aos seus requisitos de MREL”, avisa a agência.

“Por isso, revimos a nossa classificação de risco da indústria para o setor bancário português para ‘6’ de ‘7’ (numa escala de 1-10, sendo 1 o menor risco). Como tal, classificamos Portugal como estando no grupo 6, em vez do grupo 7, no âmbito do nosso Country Risk Industry Risk Assessment (BICRA). Como resultado, revimos em alta a nossa classificação para os bancos que operam principalmente em Portugal  de ‘bb’ para ‘bb +'”, avança a S&P.

“Em nossa opinião, o ambiente operacional do setor bancário português melhorou”, concluem.

A S&P diz ainda esperar que “ao regressar a mãos privadas, o Novo Banco acelere a sua reestruturação e volte gradualmente ao normal. Isso beneficiará o cenário competitivo, dada a posição de mercado anteriormente relevante do banco e os riscos de contágio latente que ele representa para o sistema”, realça a agência na sua análise ao setor português.

“Por conseguinte, melhorámos a nossa avaliação do risco do setor bancário português”, dizem-

“Consequentemente, elevámos a nossa notação de crédito de longo prazo do Millennium bcp (BCP) de ‘BB-‘ para ‘BB’ e os seus ratings de contraparte para ‘BBB- / A-3’ de ‘BB + / B’. A perspectiva é estável.

A notação de base do Santander (stand alone credit profile – SACP) é revista em alta, para “BBB-“, mas sem implicações sobre a notação de longo prazo, que está limitada pelo rating da República.

Este rating do perfil de crédito independente da casa-mãe também melhorou no Banco BPI. “Estamos a afirmar as nossas notações ‘BBB-/A-3’ nos dois bancos e na principal subsidiária do BPI – o Banco Português de Investimento. As perspectivas mantêm-se positivas e espelham as perspetivas de Portugal”, diz o S&P.

“Estamos também a afirmar as nossas notações de crédito a longo e curto prazo ‘BB- / B’ no Haitong Bank. O outlook permanece estável”, diz a agência.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.