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Taxas de juros nos EUA e riscos políticos na Europa podem inverter descida das insolvências

A Grécia e Portugal lideram a diminuição das insolvências nos mercados em análise, e após uma redução de 16% em 2017, a Crédito y Caución prevê uma nova queda de 11% em 2018 para Portugal, o que reduzirá o número de insolvências para 210% dos níveis anteriores à crise.
6 Março 2018, 12h20

Na sua mais recente análise de risco, a nível global, a Crédito y Caución, uma das marcas líderes em seguro de crédito interno e de exportação em Portugal, prevê que a ampla base do crescimento da economia mundial e as baixas taxas de juros suportem uma redução de 3% nas insolvências globais em 2018, com a “extraordinária exceção” do Reino Unido.

Assim, os analistas explicam neste relatório que “o forte crescimento da produção industrial, o aumento do comércio internacional e do investimento, e o fortalecimento dos mercados de trabalho – tendências que se mantiveram ao longo de 2017 – continuem a apoiar o ambiente empresarial”. No entanto, alertam que esta tendência para diminuição das insolvências está a começar a esgotar-se à medida que endurece o acesso ao financiamento nos EUA e os riscos políticos ameaçam afetar a confiança na Europa.

“Não é possível determinar quanto tempo irá durar o atual momento, uma vez que o fortalecimento do crescimento em muitos mercados será acompanhado por um aumento da inflação que provavelmente irá acelerar o ajuste monetário global. Após anos de financiamento a baixo custo, que geraram uma maior dívida das empresas, o aumento das taxas de juros poderia reverter a tendência de diminuição das insolvências”, refere o relatório.

 

Portugal pode recuar para níveis anteriores à crise

A Grécia e Portugal lideram a diminuição das insolvências nos mercados em análise no estudo, e após uma redução de 16% em 2017, a Crédito y Caución prevê uma nova queda de 11% em 2018 para Portugal, o que reduzirá o número de insolvências para 210% dos níveis anteriores à crise.

Quanto a Espanha, principal parceiro comercial de Portugal, o relatório refere que “o número anual de insolvências é aproximadamente quatro vezes superior ao de 2007, o mais alto dos entrevistados”. No entanto, num ambiente de forte crescimento do PIB, impulsionado por fatores-chave como o consumo privado ou o investimento, a Crédito y Caución espera que os níveis de insolvência de empresas em Espanha diminuam 6% em 2018.

No Reino Unido, as insolvências aumentaram em 2017 pelo segundo ano consecutivo, concentradas nos setores da construção, comércio a retalho e hotelaria.  A Crédito y Caución prevê que esta tendência de crescimento se mantenha em 2018 com um aumento adicional de 4% num cenário de mercado marcado pela incerteza em torno dos efeitos do Brexit.

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