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Trabalhadores do Banco Montepio querem distribuição extraordinária de resultados

No ano de 2017, em que o banco lucrou 30 milhões, a distribuição de resultados em 2018 foi de 5% e deu 450 euros a cada colaborador. Os resultados deste ano foram de 12,6 milhões o que daria 200 euros a cada trabalhador, revela uma fonte próxima do processo.
20 Maio 2019, 22h44

Numa ata da reunião da Comissão de Trabalhadores com a CEO do Banco Montepio, Dulce Mota, a que o Jornal Económico teve acesso, é revelado que os trabalhadores reclamam a distribuição extraordinária de resultados.

“Fazendo referência à cláusula 4ª dos ACTs Montepio, nas Disposições Especiais Temporárias e Transitórias, a Comissão de Trabalhadores questionou se vai existir algum pagamento extraordinário aos trabalhadores relativo ao exercício de 2018”, lê-se na ata.

No ano de 2017, em que o banco lucrou 30 milhões, a distribuição de resultados em 2018 foi de 5% e deu 450 euros a cada colaborador.

Os resultados deste ano foram de 12,6 milhões o que daria 200 euros a cada trabalhador, revela uma fonte próxima do processo.

“Obtivemos a indicação que o assunto não foi ainda alvo de análise pelo Conselho de Administração, no entanto continuaremos a acompanhar este tema, uma vez que as Instituições subscritoras dos ACT´s Montepio que incluem a Caixa Económica Montepio Geral, Montepio Crédito e Montepio Valor, apresentaram resultado consolidado positivo”, explica a Comissão de Trabalhadores.

A Comissão de Trabalhadores, no âmbito das suas funções de controlo de gestão, que inclui o cumprimento da legislação laboral onde os ACT’s CEMG se incluem, reuniu no passado dia 6 com a Comissão Executiva representada por Dulce Mota e Helena Soares de Moura e com a diretora da Direção de Gestão de Pessoas, Sandra Brito Pereira.

Um dos temas abordados é o facto de a Comissão de Trabalhadores “ter acompanhado todos os colaboradores que solicitam colaboração para tomada da sua decisão na alteração das suas funções ou outras, pela transferência/ incorporação no BEM (Banco de Empresas Montepio”.

“Este acompanhamento foi também efetuado ao nível de elaboração de pareceres sobre os contratos de cedência e pluralidade de empregadores, tendo sido sugeridas pela Comissão de Trabalhadores alterações, algumas delas plasmadas nas versões finais dos contratos apresentados pela Instituição”.

Continuaremos atentos ao desenrolar do processo nas suas várias fases, “estando previsto agendar uma reunião com a Administração do BEM, assim que estiverem estabilizados os seus Órgãos Sociais”, diz a ata.

Na reunião foi abordado ainda o tema do valor a ser pago relativamente ao subsídio de apoio à natalidade.
Entende a Comissão de Trabalhadores que este subsídio deve também ser pago com a referida retroatividade.
O subsídio passou de 500 euros para 750 euros. Assim, os colaboradores que estiveram enquadrados nesta cláusula no ano de 2018, deverão receber a diferença, que equivale a 250 euros.

“Esta sugestão foi muito bem acolhida junto do Conselho de Administração Executivo, aguardando decisão final que será comunicada pela Direção de Gestão de Pessoas”, lê-se na ata.

“Foi uma vez mais reforçado pela Comissão de Trabalhadores a necessidade de ser efetuado, um estudo de planeamento remuneratório com vista a propugnar pela equidade salarial vertida numa tabela salarial base, dado que servirá de base para a uniformização da tabela salarial porquanto se mantêm diferenças entre trabalhadores que não recebem o denominado complemento de mérito”, diz a CT.

O ciclo de avaliação de desempenho de 2018 prevê-se que ficará concluído até ao mês de junho.

Diz a Comissão de Trabalhadores, que “num quadro de manifesta necessidade de geração de riqueza, que se pretende partilhada com os trabalhadores, levantamos três questões de gestão com impacto nos resultados”. Depois a ata elenca as questões: “atendendo à importância que o lançamento de novos produtos tem e ao impacto positivo que deve provocar na instituição, questionamos sobre o resultado efetivo de algumas campanhas comerciais para as quais foi direcionado um grande esforço de todos os colegas e de meios financeiros”.

O Conselho de Administração diz que está atento a estas questões, “prevendo-se que as novas campanhas/ produtos contem com maior envolvimento das equipas, desde a sua génese; quanto à abertura de novos balcões, o plano será para executar; abordamos o tema da recente colocação de empréstimo obrigacionista”.

A Comissão dá ainda conta de um caso de assédio no Banco Montepio. “Lamentamos a tragédia que há dias ocorreu com uma trabalhadora bancária, supostamente vítima de práticas recorrentes de assédio, em que a cumplicidade pelo silêncio grita bem alto. Por si, pela sua família, por todos, independentemente função ou categoria, não fique calado. Denuncie.”, lê-se na ata.

 

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