O improvável novo presidente da Ucrânia, o comediante Volodymyr Zelenskiy, vai marcar eleições gerais antecipadas – foi essa a sua primeira decisão enquanto presidente, momentos depois de ter tomado posse – tendo de imediato provacando grande mal-estar junto da classe política, nomeadamente dos parlamentares.
Zelenskiy, que obteve uma vitória esmagadora nas eleições do mês passado e fez campanha ferozmente contra a corrupção que diz ter sequestrado a Ucrânia, dá assim mostra inequívoca do que o faz correr: os poderes instituídos, onde afirma estar instalada a corrupção, estão na mira da sua ação política.
No discurso de posse, Zelenskiy pediu aos ministros do governo que se demitissem e aos funcionários não o idolatrassem. “Não quero retratos meus pendurados nos escritórios”, disse Zelenskiy, “porque o presidente não é um ícone ou um ídolo”.
O novo presidente pediu aos parlamentares para abandonaram a lei da imunidade e que se concentrem na perseguição à corrupção contra a acusação. E ‘ofereceu’ o primeiro alvo a abater: o procurador-geral Yuriy Lutsenko.
Ao convocar eleições antecipadas, Zelenskiy espera estender rapidamente o ímpeto político que o levou à presidência ao próprio governo, começando desde logo por expulsar os partidários do ex-presidente Petro Poroshenko. O novo partido de Zelenskiy, denominado Servo do Povo, está, segundo as sondagens – e outra coisa não seria de esperar – à frente nas intenções de voto, com cerca de 40%, suficientes para ganhar.
Zelenskiy disse ainda que a sua primeira tarefa será conseguir um cessar-fogo no Donbass, onde mais de 13 mil pessoas morreram em cinco anos de combates entre o exército ucraniano e separatistas apoiados pela Rússia. “Estamos prontos para o diálogo”, disse.
Zelenskiy apelou ainda aos milhões de ucranianos que deixaram o país para que retornem e ajudem a construir uma “nova, forte e bem-sucedida Ucrânia”.
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