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Cimeira entre as duas Coreias tenta desbloquear novo encontro entre Kim Jong-un e Donald Trump

O bom relacionamento entre os líderes das duas Coreias pode ser o motivo que faltava para o presidente dos Estados Unidos aceitar voltar a encontrar-se com o seu homólogo norte-coreano.
19 Setembro 2018, 09h09

Dois dias de conversações entre a Coreia do Norte e a sua ‘irmã’ Coreia do Sul parecem ter resultado naquilo que eram as mais altas expectativas da comunidade internacional: o desanuviamento das relações entre Kim Jong-un e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta fase pós-cimeira de Singapura.

No meio da enorme pompa que rodeou a visita do presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, à Coreia do Norte, o líder do regime de Pyongyang disse que a sua reunião em junho com o presidente dos Estados Unidos trouxe estabilidade geopolítica e afirmou acreditar que haverá mais progressos em matéria de desnuclearização a curto prazo. Kim Jong-un afirmou ainda estar confiante de que haverá evoluções no relacionamento entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos.

No âmbito da cimeira das duas Coreias, houve uma reunião de duas horas no Comité Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia entre os dois países, no final da qual o líder norte-coreano insistiu em que haverá “mais progressos” se os Estados Unidos aceitarem uma nova cimeira entre os dois países. O presidente sul-coreano apoiou a iniciativa.

Os Estados Unidos exigem que a Coreia do Norte desista do seu programa de armamento atómico e de mísseis de forma “completa, verificável e irreversível” e, embora Pyongyang afirme que já tomou medidas importantes para cancelar todo o programa, Washington acredita que o país ainda deve fazer mais ─ abrir as instalações às inspeções internacionais, por exemplo ─ antes de Washington avançar com concessões e acabar as manobras militares na área da Península da Coreia. Kim Jong-un exige, por seu lado, garantias sobre a sua segurança – ou seja, a segurança do seu regime – especificamente um acordo de paz que termine definitivamente com a Guerra da Coreia (1950-1953), algo que está em suspenso há 65 anos.

A chave, disse Moon depois da reunião com Kim, será “encontrar um ponto de acordo entre as exigências dos Estados Unidos sobre as medidas para a desnuclearização e a exigência do Norte com as medidas correspondentes para garantir a sua segurança e pôr fim àquele relacionamento hostil”. “Acho que a questão da desnuclearização pode avançar muito rapidamente se o diálogo for reaberto e ambos os líderes voltarem a sentar-se frente a frente”, acrescentou o presidente sul-coreano.

As notícias internacionais são, entretanto, contraditórias em relação aos pontos práticos que a cimeira entre as duas Coreias permitiu desbloquear. Alguns órgãos de comunicação social afirmam que os dois líderes assumiram que Kim Jong-un vai continuar de imediato a destruição de misseis e outras armas – como acordado em Singapura – mas a maioria dos relatos sobre o encontro dos dois líderes coreanos é omissa em relação ao tema.

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