Um relatório do Governo espanhol alerta para o risco elevado de ataques terroristas às praias do país, depois de se ter registado um aumento significativo das “ameaças diretas” do autoproclamado Estado Islâmico e uma intensificação do recrutamento para as fileiras do islamismo radical.
Depois do ataque a uma praia na Tunísia, em 2015, e em Nice, em 2016, as autoridades espanholas temem que algo de semelhante possa acontecer este verão em Espanha. Nos últimos meses, através das redes sociais, o autoproclamado Estado Islâmico “tem vindo a publicar em espanhol, o que significa que há um risco acrescido da sua influência sobre os jovens radicalizados a residir no nosso país”, pode ler-se no relatório.
Segundo o jornal britânico Daily Mail, o grupo terrorista recrutou tradutores de espanhol para fazerem a legendagem dos seus vídeos e fazerem chegar as mensagens extremistas a um maior número de pessoas possível no país vizinho. O jornal destaca como principais alvos as praias de Costa Brava e Costa del Sol, embora as autoridades indiquem que o alerta se mantém a nível geral por todo o país.
Em janeiro do ano passado, o autoproclamado Estado Islâmico ameaçou diretamente o territótio espanhol exortando os seus seguidores a recuperar o território do califado na Europa dos tempos medievais – a atual “terra dos invasores”. Também em janeiro deste ano, o grupo voltou a ameaçar com possíveis atentados terroristas na Península Ibérica.
Segundo os serviços secretos espanhóis, no país existem cerca de 200 cidadãos radicalizados e mais de 800 pessoas estão a ser investigadas. Só nos últimos anos mais de 215 pessoas foram detidas em Espanha por alegadas ligações ao grupo terrorista.
O nível de ameaça terrorista em Espanha mantém-se no nível quatro de cinco, o mais alto desde que a Al-Qaeda levou a cabo os atentados de 2004, que vitimaram 192 pessoas.
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