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Banco de Portugal lucra 656 milhões de euros e dá 525 milhões ao Estado

Resultados do Banco de Portugal sobem 48,7% para 656 milhões de euros. A instituição liderada por Carlos Costa deu este ano o maior valor de dividendos ao Estado.
  • Cristina Bernardo
4 Maio 2018, 13h00

O lucro do Banco de Portugal aumentou 48,7% no ano passado, face a 2016, para 656 milhões de euros, divulgou a instituição, esta sexta-feira, 4 de maio. Deste valor, 80% será entregue ao Estado, como dividendos.

Para o lucro registado, contribuiu 1.010 milhões de euros de margem de juros (+164 milhões), sobretudo relacionados com política monetária (aumento do volume da dívida pública). “Para o aumento significativo dos juros ativos destaca-se o contributo dos juros da carteira de títulos detidos para fins de política monetária, mais propriamente o acentuado crescimento do programa de compra de ativos do setor público em mercados secundários  (PSPP – Gov)”, diz o comunicado.

“Para este resultado contribuiu ainda os resultados negativos em operações financeiras, os prejuízos não realizados (devido à desvalorização do dólar face ao euro) e a redução, no valor de 520 milhões da provisão para riscos gerais resultante a redução de riscos de médio e longo prazo da carteira, que refletiu a diminuição dos ativos de gestão e a subida de rating da dívida da República Portuguesa”.

Para os resultados contribuiu os resultados antes de provisões e impostos (408 milhões) e as movimentações das provisões para riscos gerais (-520 milhões).

A dívida tem menos risco, mas o Banco de Portugal contínua a crescer o volume da carteira. O Banco de Portugal tem 26 mil milhões de euros de dívida pública portuguesa.

A provisão para riscos gerais acumulada totaliza 3.727 milhões.

Os gastos administrativos subiram 25 milhões para 208 milhões. A subida tem a influência de 11 milhões relativos a reformas antecipadas até 2016 reconhecidos em balanço; 7 milhões de euros relativos ao suporte integral dos gastos com a assessoria no âmbito da resolução do Novo Banco.

O Banco de Portugal deu este ano (entregou a 26 de abril) ao Estado 525 milhões de euros em dividendos. É o maior valor que alguma vez foi entregue ao Estado. Recorde-se que em 2016 os dividendos tinham sido de 352 milhões.

Em impostos sobre o rendimento o Banco de Portugal deu este ano ao Estado 271 milhões (no ano anterior foi de 209 milhões).

Se incluirmos os impostos sobre os rendimentos o valor entregue ao Estado soma 797 milhões de euros ao Estado. Recorde-se que o resultado líquido foi de 656 milhões de euros.

Entre dividendos e impostos o Banco de Portugal deu ao Estado desde 2013 um total de 2,3 milhões de euros.

Balanço do Banco de Portugal aumenta 15 mil milhões em 2017

O Balanço do Banco de Portugal aumentou 15 mil milhões em 2017 para 153 mil milhões. Para esta evolução contribuiu, em particular, o acréscimo dos ativos de política monetária,  no âmbito da participação do Banco no programa de compra de ativos (APP), que atingiu os 46.969 milhões  (o que traduz uma subida de 14.715 milhões de euros face ao ano anterior).

Em 2017 os ativos sob gestão do Banco de Portugal apresentaram uma redução, face ao valor global de 2016, de 3.505 milhões, por causa da redução das responsabilidades para com o Eurosistema. “Para a diminuição do valor global destes ativos contribuíram os decréscimos da carteira de negociação em moeda estrangeira e da carteira de negociação em euros, os quais traduzem, principalmente, as opções de investimento do Banco dentro da flexibilidade permitida pelos limites estabelecidos nos acordos ao nível do eurosistema”, lê-se no comunicado.

A evolução dos ativos sob gestão foi ainda influenciado pela desvalorização do dólar.

As reservas de ouro mantém-se nas 382,5 toneladas, avaliadas em 13.305 milhões no fim do ano. O decréscimo verificado de 198 milhões deve-se à desvalorização do preço do ouro.

O acréscimo de notas em circulação é reflexo do aumento da circulação ao nível do eurosistema (1.014 milhões de euros, para 26.675 milhões)

 

[atualizada]

 

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