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Carrie Lam pede desculpa a Hong Kong, mas rejeita pressão para se demitir

A chefe-executiva de Hong Kong pediu desculpas publicamente por ter proposto uma legislação que permitiria extradições para a China.
  • DR AP
18 Junho 2019, 16h33

Depois de fazer marcha atrás na decisão tomada sobre a lei de extradição, a chefe do Governo de Hong Kong, Carrie Lam desculpou-se publicamente numa conferência de imprensa realizada na sede do Governo esta terça-feira.

“Ainda tenho muito a aprender e a fazer para equilibrar melhor os diversos interesses. Por isto, peço as mais sinceras desculpas a todas as pessoas de Hong Kong”, afirmou Carrie Lam.

Carrie Lam salientou que “esta lei causou nos últimos meses muita ansiedade, e preocupações e diferenças de opinião, não vou prosseguir com este exercício legislativo se estes medos e ansiedades não puderem ser adequadamente respondidos”. Em causa está a lei aprovada que permite que as autoridades chinesas extraditem criminosos de Hong Kong para a China, onde os tribunais são controlados pelo Partido Comunista chinês.

Com a aprovação desta lei, desencadeou-se um dos maiores protestos de sempre no território, onde milhões de protestantes saíram às ruas e exigiram não só que a lei não fosse aprovada, como também que Carrie Lam fosse afastada do Governo.

Questionada várias vezes pelos jornalistas sobre se ia demitir-se, Carrie Lam recusou fazê-lo, alegando que ainda tem muito trabalho importante para fazer nos próximos “três anos”, isto é, até ao final do seu mandato de cinco anos.

Carrie Lam suspendeu a aplicação da lei no sábado passado, mas os protestos não acalmaram. Esta terça-feira, disse ter ouvido as pessoas de forma clara, lembrando que “não existe uma nova data para voltar a discutir a lei da extradição”, o que na prática significa o fim dos protestos.

A líder do território enfrenta uma grande revolta do público após três manifestações em grande escala nos últimos 10 dias por manifestantes que defendem que a lei invade as liberdades civis. Mesmo depois da suspensão, os manifestantes reuniram-se nas ruas, no domingo, e em maior número, com as estimativas a apontarem para quase dois milhões dos sete milhões de habitantes do território.

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