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Consumimos 16 milhões de euros em carapau, mas ainda é pouco

A Docapesca e o Ministério do Mar têm em curso uma campanha de promoção do consumo do carapau, que visa valorizar este recurso natural.
15 Setembro 2018, 09h00

Historicamente, o carapau sempre esteve no Top 3 em termos de volume de vendas. Em 2017, foi a principal espécie transacionada nas lotas do continente português, com um volume ligeiramente acima das 19 mil toneladas, tendo ultrapassado os 16 milhões de euros em vendas.

Estes números, avançados pela Docapesca, espelham a importância do carapau para a frota de pesca nacional mas podem, e devem, no entender da empresa pública, aumentar ainda mais.

Reforçando desde logo que o carapau existe com abundância todo o ano no nosso mar e que é, ainda, um peixe com um preço ao alcance de todos, que pode continuar a ser consumido “à vontade” já que não existem problemas de stocks. Isto sem esquecer o seu elevado valor nutricional, rico em ácidos gordos do tipo ómega-3, em proteína de fácil digestão e com um baixo valor calórico. Neste contexto, a Docapesca e o Ministério do Mar lançaram, há sensivelmente um mês, uma campanha de promoção do consumo do carapau, no âmbito de um plano alargado para valorização deste importante recurso nacional.

Em jeito de balanço, Teresa Coelho, presidente do conselho da administração da Docapesca, disse ao Jornal Económico que a campanha tem tido uma receção “bastante positiva” por parte do setor da pesca e do pescado, bem como do público em geral.

Apesar de se tratar de uma campanha institucional, não deixa de sublinhar a aposta num posicionamento diferenciador, obtido, nomeadamente, através da associação de cinco atletas de desportos náuticos: Fernando Pimenta, Francisco Lufinha, Hugo Vau, Joana Pratas e Teresa Almeida.

Por outro lado, adianta que contam já com a parceria de 22 municípios de Norte a Sul do país, que se associaram à promoção do carapau, através da cedência de mais de 200 estruturas de publicidade exterior. A responsável estima ainda que o return on investment mediático já tenha atingido os 250 mil euros.

Com o lançamento desta campanha, Teresa Coelho sublinha que a empresa “está a prosseguir uma estratégia que potencia um consumo de pescado mais sustentável e variado, com o objetivo último de aumentar o rendimento dos pescadores e promover um comércio justo”.

Esta estratégia insere-se num dos eixos estratégicos da Docapesca que, enquanto empresa pública ao serviço do setor das pescas, pretende contribuir para a valorização do pescado transacionado nas lotas do continente português.

E este objetivo, reforça, materializou-se com o Comprovativo de Compra em Lota. Trata-se de um projeto iniciado em 2010, que visa a identificação do pescado das lotas portuguesas nos pontos de venda ao público. Desde então, a Docapesca direcionou as ações de comunicação para as espécies abundantes, de alto valor nutricional, pouco valorizadas.

Nos próximos meses haverá várias ações no terreno, sendo que, a partir de outubro, os atletas protagonistas desta campanha vão iniciar, também, um roteiro por escolas do país, partilhando as suas experiências enquanto atletas e a relação com o consumo de pescado. “Este é um trabalho que implicará a continuidade das ações durante os próximos anos, para ser o mais eficaz possível”, frisa a responsável.

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