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EUA perdem 701 mil empregos em março. Taxa de desemprego tem a maior subida desde 1975

Taxa de desemprego aumentou para 4,4% em março, naquele que é o maior aumento desde janeiro de 1975. A queda dos ‘nonfarm payrolls’ coloca fim a 113 meses consecutivos de aumentos.
3 Abril 2020, 13h59

Os Estados Unidos perderam 701 mil empregos em março, refletindo os efeitos do coronavírus e os esforços em contê-lo, segundo dados do U.S. Department of Labor (DL), publicados esta sexta-feira. Os nonfarm payrolls revelam quantas pessoas estão empregadas e recebem salários nos Estados Unidos, excluindo o setor primário, mas ainda não refletem o impacto mais recente provocado pela paralisação provocada pela Covid-19, já que vão apenas até dia 12 março.

Os analistas esperavam uma queda de 100 mil em março, a primeira diminuição desde setembro de 2010, porém os dados divulgados superam em larga escala a expectativa.

“Cerca de dois terços da queda ocorreu em atividades de lazer e de hospitalidade, principalmente em serviços de alimentação e de consumo de alcool”, refere o relatório, acrescentando terem-se registados “notáveis declínios” também em assistência média e assistência social, serviços profissionais e de negócios, retalho e construção.

A taxa de desemprego norte-americana subiu para 4,4% em março, em termos homólogos, um aumento de 0,9 pontos percentuais (p.p.), naquela que é a maior subida num mês desde janeiro de 1975, com o número total de desempregados a aumentar de 1,4 milhões de pessoas para 7,1 milhões de pessoas em março.

“Os aumentos acentuados nestes indicadores refletem os efeitos do coronais e os esforços para contê-lo”, salienta o DL, que refere ainda que os períodos de referência “antecederam muitos encerramentos de negócios e escolas devido ao coronavírus que ocorreram na segunda metade do mês”.

Ontem, foram divulgados os pedidos de ajuda ao Estado de desempregados nos EUA numa semana, que revelaram um novo número recorde: 6,6 milhões de pessoas, que supera os 3,2 milhões de novos pedidos de subsídio da semana anterior.

“Os dados mais atuais sobre pedidos de desemprego semanal, que registaram aumentos nas últimas duas semanas de março (de quase 10 milhões no total), já haviam deixado claro que o mercado de trabalho estava a enfraquecer a um ritmo alarmante, mas não se esperava ser captado nos totais mensais até abril”, salienta uma nota de research do Llyods Bank.

Os analistas do banco antecipam que os dados de abril serão “provavelmente muito piores”, considerando que existe “uma forte possibilidade de que a taxa de desemprego nos EUA ultrapasse o pico da última recessão de 10%”.

(Atualizado às 15h54)

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