A urgência pediatria em Almada Garcia da Orta voltou a abrir esta manhã depois de ter estado encerrada na segunda-feira à noite, por não haver médicos suficientes para garantir as escalas de serviço.
De acordo com a emissão da SIC, esta terça-feira, o serviço voltou a funcionar por volta das 9h00 da manhã, seguindo-se uma reunião reunião matinal que juntou a administração e equipa médica. No espaço de 10 horas, devido à falta de recursos humanos, o hospital foi obrigado a encaminhar quatro crianças que acorreram durante a madrugada. Este foi o segundo encerramento em três dias. O anterior foi no sábado passado.
Momentos depois de ter terminado a reunião entre os responsáveis do hospital, o Presidente do Conselho de Administração do Hospital afirmou aos jornalistas que o problema é estrutural e precisa de tempo para ser resolvido. “As escalas foram asseguradas de segunda a sexta-feira pelo próprio serviço. E estamos a trabalhar com o Conselho diretivo da ARS e com o próprio Ministério da Saúde para encontrar soluções para o fim de semana”, afirmou Luís Amaro, presidente do Conselho de Administração do Hospital Garcia de Orta aos jornalistas da RTP, esta manhã.
Segundo o responsável, “essa solução [fins de semana] ainda hoje ou amanhã será resolvida. Diria que, de acordo com o serviço, o problema será resolvido a breve trecho.
“Aquilo que nós conseguimos, com o Ministério da Saúde, é que sejam atribuídas vagas por concurso e abertura de contratos individuais de trabalho, para resolver o problema”, acrescentou.
Em causa está a “insuficiência de médicos pediatras para cumprir a escala noturna”. Segundo o comunicado da Comissão de Utentes da Saúde do Concelho do Seixal publicado no Facebook, existe uma “profunda preocupação com a falta de médicos que garantam as escalas de Urgência Pediátrica do Hospital Garcia de Orta” e por isso acusa o governo de António Costa de, nos últimos quatro anos, nada ter feito para resolver o problema da falta de médicos e do desinvestimento na saúde, tendo-se limitado a “uma autêntica panóplia de medidas paliativas e sem efeito”.
Na passada sexta-feira o Sindicato dos Médicos da Zona Sul já tinha alertado para a possibilidade de encerramento noturno da urgência pediátrica do Hospital Garcia de Orta: “A proposta dos colegas de pediatria é muito clara: têm que deixar de fazer bancos de urgência à noite, porque só sete pediatras é que fazem urgência e, desses sete, só quatro têm menos de 55 anos [e fazem noites]”, disse à agência Lusa o presidente do sindicato, João Proença.
Segundo este responsável sindical, há uma grande carência de pediatras neste hospital de Almada, no distrito de Setúbal, o que faz com que os médicos ao serviço se encontrem “exaustos” por terem que fazer banco de urgência “dia sim, dia não”.
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