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Governo tem de ser “cauteloso” e pesar todas as medidas, diz Centeno

O ministro das Finanças diz que após o brilharete na consolidação orçamental em 2017, o Governo vai continuar a reduzir o défice público mas tem de ter cuidado pois não controla todos os elementos, incluindo as projeções para as poupanças nos pagamentos de juros.
  • Cristina Bernardo
13 Abril 2018, 21h11

Mário Centeno afirmou esta sexta-feira que o esforço de consolidação orçamental para este ano apresentados pelo Governo no Programa de Estabilidade é menor do que anteriormente previsto devido aos bons resultados de 2017, mas alertou que o Executivo está a ser cauteloso pois não domina todos os riscos.

“Nós tínhamos projetado para 2018 uma melhoria no saldo orçamental de 960 milhões de euros, e em consequência da melhoria da execução em 2017, a melhoria que agora estamos a projetar no défice é apenas de 360 milhões de euros. Estes mais de 500 milhões de euros de ajustamento na trajétoria do défice correspondem à interpretação que o Governo faz cautelosa, responsável, daquilo que foram e serão as traduções permanentes em receita e em evolução da despesa dos bons resultados de 2017”, referiu o ministro das Finanças em conferência de imprensa.

“Faremos essa transição em dois anos, estes mais de 500 milhões de euros em 2018 e mais 500 milhões de euros em 2019 de maneira a que o défice que agora representamos em percentagem do PIB para 2019 é o mesmo que tínhamos previsto há um ano”, explicou.

O Programa de Estabilidade 2018-2022 divulgado esta sexta-feira confirma a redução de 0,4 pontos percentuais do objetivo para o défice orçamental este ano, para 0,7% do produto interno bruto (PIB), e de 0,2% para 2019.

“Temos de ser cautelosos, temos de perceber que as poupanças em juros são dependentes da evolução do mercado que o Governo português não controla, está ao nível dos riscos identificados. Temos que medir todas as medidas da forma como elas possam ser sustentáveis no futuro”, alertou Mário Centeno.

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