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IGAI investiga presença da extrema-direita entre as forças de segurança

Em entrevista ao jornal “Público” e à “Renascença”, a diretora-geral do IGAI, Margarida Blasco, garante que não pactua com comportamentos racistas das forças de segurança e assegura que a entidade está a acompanhar estes fenómenos a par e passo.
7 Junho 2018, 09h57

A Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) está a investigar a presença da extrema-direita entre as forças policiais. Em entrevista ao jornal “Público” e à “Renascença”, a diretora-geral do IGAI, Margarida Blasco, garante que não pactua com comportamentos racistas das forças de segurança e assegura que a entidade está a acompanhar estes fenómenos a par e passo.

No último relatório do comité antitortura do Conselho da Europa, Portugal foi identificado como um dos países da Europa Ocidental com mais violência policial. Em causa estão fenómenos como de Cova da Moura, que fez sentar no banco dos réus 17 polícias, acusados de racismo e tortura contra jovens luso-africanos na esquadra de Alfragide.

“Quem pratica este tipo de atos e é condenado deve, como é evidente, ser erradicado”, afirma Margarida Blasco. “Queremos forças e serviços de segurança que cumpram intransigentemente os direitos humanos. E nisso somos intransigentes. Podemos compreender determinados fenómenos mas não pactuamos com eles. E queremos ir a fundo”.

Também o Relatório Anual de Segurança Interna de 2017 veio alertar para a infiltração de membros de extrema-direita no setor da segurança privada. “Não tenho indicação de que exista uma infiltração organizada, em forma de associação criminosa. Tenho queixas que são analisadas e investigadas”, afirma Margarida Blasco, evitando pronunciar-se sobre o resultado das investigações que estão em curso.

A diretora-geral do IGAI assegura que a “polícia dos polícias” tem estado a acompanhar estes fenómenos, “para evitar que se instalem e progridam”. No entanto, Margarida Blasco alerta que a entidade tem estado a operar com menos de dezena e meia de inspetores para inspecionar 50 mil polícias. “Temos 14 inspetores no quadro e neste momento estão preenchidos 11 lugares. Obviamente concordo que é necessário ter mais inspetores”, afirma.

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