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Tusk interrogado como testemunha do desastre que vitimou ex-presidente polaco

A presença em tribunal visa determinar se houve negligência do executivo polaco na gestão das autópsias dos 96 mortos, realizada pelas autoridades da Rússia.
  • Donald Tusk
4 Agosto 2017, 10h56

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, foi esta quinta-feira interrogado durante oito horas na qualidade de testemunha na investigação do desastre aéreo de 2010 que vitimou o antigo presidente polaco Lech Kaczynski. O caso remonta a 2010, quando o avião com o chefe de Estado polaco e 95 representantes se despenhou ao tentar aterrar no aeroporto russo de Smolensk. A presença em tribunal visa determinar se houve negligência do executivo polaco na gestão das autópsias dos 96 mortos, realizada pelas autoridades da Rússia.

O dirigente do partido nacionalista Lei e Justiça, Jaroslaw Kaczynski, que se encontra no poder na Polónia, afirmou à imprensa internacional que Donald Tusk “deveria estar com medo”. As declarações de Jaroslaw Kaczynski, irmão do ex-presidente, foram proferidas antes do interrogatório.

Ainda assim, após o julgamento, o primeiro-ministro polaco, 2007 e 2014, referiu que não se deixa intimidar pelo processo, que o seu advogado considerou politicamente motivado. “Não tenho medo de Jaroslaw Kaczynski, nada do que pode fazer contra mim me assusta”, disse Donald Tusk, conforme citou a agência France Presse.

O número um do Conselho Europeu pediu ainda que a tragédia de Smolensk não fosse “utilizada politicamente” e manifestou inquietação pela possibilidade de a ação da justiça poder ser usada “como uma ferramenta contra a oposição política” polaca. Donald Tusk, que não excluiu “nenhum cenário”, incluindo passar de testemunha a indiciado na investigação em curso, já tinha sido convocado pela procuradoria polaca no passado dia 5 de julho, mas por motivos de agenda não conseguiu comparecer nessa data.

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