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Primeiro-ministro de Cabo Verde: “Não queremos criar modelo de turismo que aumente zonas de barracas”

Ulisses Correia e Silva disse que o governo cabo-verdiano está a investir 1,8 milhões de contos para dar qualidade e dignidade às zonas de barracas nas ilhas da Boavista e do Sal.
  • ‘@ Inforpress
27 Junho 2019, 09h30

“Não queremos produzir modelo de turismo que faz crescer exponencialmente zonas de barracas. Por isso, estamos a investir 1,8 milhões de contos para dar qualidade e dignidade às zonas de barracas na Boavista e no Sal e estamos a criar as condições de planeamento, de incentivos e de investimentos para prevenir, antecipar e responder às demandas de habitação que acompanham o crescimento do turismo ”, disse esta quarta-feira o primeiro-ministro de Cabo Verde.

Esta foi uma das ideias defendidas por Ulisses Correia e Silva no discurso de abertura do debate mensal sobre turismo no parlamento. O líder do governo anunciou ainda a criação de um sistema tarifário para as ilhas como fraco fluxo turístico.

O chefe do executivo cabo-verdiano referiu que os principais indicadores do turismo têm registado uma evolução positiva e crescente, superior aos dos últimos três anos, tanto em números, capacidade de alojamento, emprego, contribuição para Balança de Pagamentos, nível de satisfação e gastos gerais dos turistas.

“ A nível do emprego, regista-se um aumento crescente do setor do turismo: 2015/2018, crescimento médio anual de 13,7% contra 9,45 no período de 2012/2015. Emprego com redução da precaridade laboral: os contratos permanentes aumentaram 18,45 em 2015, para 23,75 em 2018. Os contratos a prazo e sem contrato reduziram 5pp e 0,2 pontos percentuais respetivamente”, apontou o primeiro-ministro.

Para melhorar o sistema de transportes interilhas o primeiro-ministro cabo-verdiano anunciou também que o “o governo vai aprovar uma lei que define a metodologia de sistema tarifária que melhor satisfaz as especificidades das ilhas, particularmente as de pequena população e baixo rendimento ‘per capita’ e fraco fluxo turístico, como São Nicolau e Maio”.

No que concerne a oferta de produtos agroalimentares nacionais no consumo dos hotéis, Ulisses Correia e Silva referiu que dados de um grupo hoteleiro mostram “ um crescimento do peso dos produtos alimentares e bebidas nacionais no total das aquisições evoluíram de 12% em 2016 para 18% em 2018. Graças à certificação dos produtos, duas das maiores empresas de produção de ovos passaram de uma produção de 18 milhões de ovos em 2016 para 26 milhões de ovos em 2018, ano que passaram a fornecer aos hotéis do Sal.”

O primeiro-ministro apontou que o turismo de habitação está com uma boa dinâmica em alguns concelhos e que o programa “Uma família, um turista será impulsionado com a criação de um regime atrativo para o investimento e desenvolvimento do turismo rural e de habitação.

Ulisses Correia e Silva anunciou que está em curso o projeto de Competitividade do turismo, financiado em 5 milhões de dólares pelo Banco Mundial que “vai dotar o país de Estudo de Avaliação Ambiental e Social do Setor do Turismo, Grandes Opções do plano Estratégico do Desenvolvimento do Turismo Sustentável, Código de Turismo e criação do Instituto do Turismo”.

No início do debate Ulisses Correia e Silva, recordou que o arquipélago fechou o ano de 2018 com 755 mil turistas. Por isso, acredita que a meta de 1milhão de turistas em 20121 vai ser alcançada. “Os investimentos privados estrangeiros e nacionais, que estão em curso e previstos, na expansão e construção de hotéis, as reformas económicas encetadas e em curso, com a criação do hub aéreo e comercial do Sal, a concessão dos aeroportos e dos transportes marítimos interilhas, a iniciativa de isenção de visto, o ecossistema de financiamento às empresas e a promoção de destinos turísticos e atração de novas origens de turistas irão permitir, seguramente, atingir esta meta”, mencionou.

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