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Espanha avança com eletrificação da linha ferroviária Vigo-Porto

o concurso foi lançado por um preço base de 5,6 milhões de euros, incluindo IVA, e o prazo para execução desta obra é de um ano e meio, pelo que os trabalhos só deverão estar concluídos em meados de 2020.
19 Novembro 2018, 15h29

A empresa pública espanhola Adif, equivalente à IP – Infraestruturas de Portugal, lançou, a meio da semana passada, o concurso para as primeira obras de eletrificação do troço ferroviário, do lado espanhol, entre Vigo e o Porto.

Segundo uma notícia do ‘Faro de Vigo’, o concurso foi lançado por um preço base de 5,6 milhões de euros, incluindo IVA, e o prazo para execução desta obra é de um ano e meio, pelo que os trabalhos só deverão estar concluídos em meados de 2020.

O mesmo jornal galego adianta que esta é a primeira obra entre as diversas intervenções pendentes para concretizar o projeto de modernização de oito quilómetros de linha ferroviária em solo espanhol, acrescentando que ainda falta avançar com intervenções na catenária e nas redes de telecomunicações para concluir a melhoria deste traçado.

O concurso foi lançado um dia depois de um grupo de deputados espanhóis e portugueses se terem encontrado no VII Fórum Parlamentar luso-espanhol, uma iniciativa que serviu para preparar a próxima cimeira ibérica, que irá decorrer em Valladolid, na próxima quarta-feira, dia 21, entre António Costa e Pedro Sánchez.

“Os deputados de ambos os países insistiram na necessidade de resgatar o projeto do AVE [alta velocidade ferroviária] entre Vigo e o Porto e cumprir os compromissos assumidos por ambos os Estados para modernizar as duas linhas férreas, entre as quais se encontra o comboio que faz atualmente a ligação entre as estações de Guixar [Galiza] e Campanhã”, garante a reportagem do ‘Faro de Vigo’.

Recorde-se que o projeto de alta velocidade ferroviária em Portugal, mais conhecido como TGV, tem estado envolvido em grande polémica desde há décadas, tendo sido cancelado pelo Governo de Pedro Passos Coelho em 2011.

Uma decisão que foi mantida pelo atual Governo de António Costa, que sempre recusou retomar o projeto de alta velocidade ferroviária em Portugal.

Com ou sem alta velocidade, a modernização do troço entre Vigo e o Porto tem sido um reclamação das populações e instituições dos dois lados da fronteira. Foi uma das reclamações específicas da construtora automóvel PSA, cuja satisfação esteve na base da escolha da fábrica de Mangualde para construir as furgonetas K-9.

A linha esteve quase a desaparecer quando, há uns anos, a CP alegou que era deficitária. Em julho de 2013, este troço mereceu algumas melhorias, com a supressão de estações e a agilização dos processos operacionais entre a CP e a sua congénere espanhola, a Renfe.

Essas mudanças resultaram numa recuperação da procura e o ‘Faro de Vigo’ adianta que, nos primeiros seis meses deste ano, o número de passageiros nesta linha disparou 42%.

No entanto, o objetivo de fazer o trajeto entre Vigo e o Porto em 90 minutos está longe de ser atingido. Para tal, são necessárias melhorias, tanto do lado espanhol, como do português.

No passado mês de julho, a IP assinou o contrato para modernizar os 48 quilómetros de linha ferroviária entre Viana do Castelo e Valença, uma empreitada que deverá representar um investimento de cerca de 18 milhões de euros.

Apesar de estar a ser operada apenas por um serviço ferroviário,  o ‘Celta’, uma associação entre a CP e a Renfe, esta linha tem um forte potencial, que pode ser aferido pelo facto de a Arriva já ter solicitado a autorização para operar este serviço desde A Coruña, com quatro frequências diárias, a partir do momento da liberalização do transportes ferroviário de passageiros, que está previsto entrar em vigor a 1 de janeiro próximo.

O pedido da Arriva aguarda autorização da autoridade espanhola da concorrência.

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