Como é que o desempenho do PSI 20 no início de 2018 compara face aos anos anteriores?
Nas primeiras quatro sessões deste ano o índice valorizou 4,56%, o melhor arranque de ano desde a subida de 6,08% no período homólogo em 2014. Em 2015 e 2016 o PSI 20 registou perdas nos primeiros quatro dias de negociação, enquanto no ano passado avançou 0,90%
Após a valorização de 15% em 2017, o forte desempenho no início deste ano já permitiu ao índice tocar em máximos de dois anos e meio, ou seja, de julho de 2015, acima dos 5.630 pontos.
O que é que está levar o PSI 20 a registar o melhor arranque de ano desde 2014?
Steven Santos, gestor do BiG – Banco de Investimento Global, explicou ao Jornal Económico que “ sem riscos políticos imediatos e com sinais evidentes de optimismo dos gestores de compras na Europa, os investidores começaram o ano com muita apetência por activos de risco, sobretudo pela periferia europeia”.
Sublinhou que o PSI 20 lidera os ganhos no sul da Europa, com os investidores em ações a mostrarem confiança depois do ciclo positivo na melhoria do rating de dívida pública portuguesa.
Quais são os títulos em destaque?
O trader do BiG frisa que o PSI 20 “está a ser impulsionado pelo forte desempenho do BCP, que é agora a componente mais relevante do índice nacional, com um peso de cerca de 17%”. Após um disparo de quase 50% no ano passado, as ações do banco liderado por Nuno Amado, já subiram 9,81% esta semana para negociar nos 0,298 euros.
Steven Santos destaca ainda que o início positivo do ano para o petróleo favorece a Galp Energia, que é a segunda maior componente do PSI 20. Os títulos da Galp avançam 4% nas primeiras quatros sessões, numa altura em que o preço do barril de Brent negoceia acima dos 67 dólares e está a ser impulsionado pelos protestos no Irão e pelo acordo entre a OPEP e outros produtores para cortar a produção.
A expectativa é de um prolongar dos ganhos? O que poderá interromper a série?
“O início do ano do índice nacional tem sido bastante auspicioso, algo que não se observava há diversos anos. Contudo, após um ganho superior a 4% num curto espaço de tempo a bolsa nacional torna-se vulnerável a um recuo técnico”, alertam os analistas do BPI Online, Ângelo Mea e Inês Souto de Moura.
Steven Santos refere, no entanto, que a expectativa é a de um prolongamento dos ganhos. “Do ponto de vista técnico, o PSI 20 tem margem para subir, pelo menos, até aos 5.650 pontos”, explica, adiantando que “o que pode interromper esta série positiva seria possivelmente a emergência de divisões políticas dentro do governo e o abrandamento de factores que têm impulsionado Portugal, como o consumo privado e o turismo”.
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