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Sporting aposta nas modalidades para ganhar na Europa

Podem as modalidades impulsionar a reputação de uma marca desportiva a nível europeu e mundial? Clube de Alvalade já colhe resultados.
  • Os jogadores do Sporting durante os festejos da conquista da Taça da Liga dos Campeões de Futsal da UEFA no Pavilhão João Rocha em Alvalade, Lisboa, 29 de abril de 2019. MANUEL DE ALMEIDA/LUSA
26 Maio 2019, 10h55

Se é importante para um clube português capitalizar a imagem internacional, a conquista da UEFA Champions League de Futsal e a organização da fase decisiva da ‘final four’ da Liga Europeia de Hóquei em Patins colocam o Sporting numa posição de destaque no que às modalidades amadoras diz respeito. O debate em torno do investimento das modalidades tem sido feito nas últimas semanas e mostra como não é pacífica a aposta fora do dinheiro que é gasto no futebol. Para Luís Miguel Henrique, advogado, consultor e comentador do programa ‘Jogo Económico’, em declarações ao Jornal Económico, realça que, no que às modalidades diz respeito, o Sporting “tem um desafio estratégico”: “Há países mais ricos do que Portugal e que escolhem as modalidades, combinando o ecletismo com aquilo em que queres ser realmente competitivo e posicionar as marcas ao mais alto nível, é uma decisão que nem sempre é fácil”. Fazendo essa ligação, o advogado recorda o “passado de ecletismo do Sporting” e a “exigência da massa associativa para uma cada vez maior abrangência” mas destaca “os desafios da gestão, da marca, o posicionamento nacional e internacional e ser competitivo”. A presença do Sporting CP nas decisões das modalidades a nível europeu fomenta o co-branding ou seja “estar associado a outras marcas desportistas omnipresentes a nível global”, salienta o consultor, realçando ainda que “sem perder o ecletismo, deve-se saber onde se pode estar ao mais alto nível e na frente a nível global”.

“Fator-casa” fundamental

A edificação do Pavilhão João Rocha, em junho de 2017, permitiu que o Sporting integrasse as modalidades no mesmo ecossistema do futebol e um acompanhamento mais abrangente da marca desportiva. Neste caso, é inevitável colocar o Pavilhão João Rocha no centro dos sucessos desportivos com a aproximação dos adeptos às suas equipas. Sobre este ‘fator-casa’, João Marcelino, jornalista e comentador do programa ‘Jogo Económico’, realça que o Sporting CP “andou muitos anos com a casa às costas” e que atualmente “é mais fácil gerir a competitividade”. “Quando o Sporting, na época passada, ganhou os campeonatos de voleibol, andebol, futsal e hóquei em patins, com certeza que a presença dos adeptos no Pavilhão teve um papel muito importante, para além do que foi o investimento financeiro. Imagino que, sobretudo para os atletas, esse fator tem uma importância fundamental”, esclarece o jornalista. Sobre o ‘João Rocha’, Luís Miguel Henrique destaca “o efeito acústico que provoca cinco mil pessoas dentro de um pavilhão que, se calhar, fazem mais barulho do que 15 ou 20 mil adeptos num estádio”. Para o advogado, o facto de se trazer o pavilhão para perto do estádio “traz novos desafios à gestão: ao nível do departamento de marketing, comercial. No Sporting, há um conjunto de infraestruturas que estão a ser criadas que vão permitir uma ligação muito mais efetiva do clube ao sócio e/ou adepto, um relacionamento e uma vivência que o Pavilhão potencia. Se há galvanização do adepto, este vem mais vezes ver os jogos e com o Pavilhão cheio, o clube está mais perto de vencer. Não é fácil pôr a roda a girar mas quando isso acontece, é difícil pará-la”.

Artigo publicado na edição nº1988, de 10 de maio do Jornal Económico

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